Dizer que "o futuro chegou" já tornou-se um clichê irritante, mas muito mais por causa de sua validade do que de sua repetição. Segundo informa a NBC, a Disney está desenvolvendo um programa de robótica que promete mudar os rumos do audiovisual: o Stuntronics, uma iniciativa tecnológica destinada a produzir máquinas que substituirão os dublês no futuro. Não é exatamente a melhor das notícias para a classe.
Projetados pelo Imagineering, o laboratório da casa de Mickey Mouse destinado a fomentar pesquisas e invenções tecnológicas, os robôs-dublês da gigante do entretenimento podem executar saltos de até 18 metros no ar - ou seja, eles praticamente voam - e cada protótipo pesa aproximadamente 40 quilos. Confira abaixo um vídeo demonstrativo das capacidades dos robôs - alô, Isaac Asimov:
Maiores informações sobre o programa Stuntronics ainda não foram divulgadas e não há nenhuma previsão para a "estreia" dos novos dublês; por outro lado, já é certo que a iniciativa da Disney pode causar um impacto significativo na indústria audiovisual - isso, é claro, se a criação não se expandir para além dos limites do mundo do entretenimento. Trabalhando com robôs, a companhia poderá minimizar os gastos e os riscos para os profissionais - vale lembrar que só no ano passado, dois casos de mortes de dublês, nas gravações de The Walking Dead e Deadpool 2, chocaram a indústria e colocaram em xeque as normas de seguranças impostas por Hollywood.
Contudo, ao mesmo tempo em que o programa de desenvolvimento tecnológico é inegavelmente interessante - ver um robô como esses voar pelos ares é como assistir a um filme de ficção científica se desenrolar naturalmente em frente aos nossos olhos -, também é evidente que a vindoura utilização dos Stuntronics acarretará todo tipo de questionamentos éticos e até mesmo filosóficos. A realidade, assim, se transforma cada vez mais em um episódio da antologia Black Mirror - para o bem e para o mal.