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    Cine Ceará 2018: Festival começa com emocionante homenagem a Renato Aragão

    O intérprete de Didi Mocó foi aclamado pelo público e pela imprensa.

    Beto Skeff / Divulgação

    Na noite de 4 de agosto, o Cineteatro São Luiz, em Fortaleza, celebrou o início da 28ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema. 

    Além das homenagens ao professor Henry Campos, reitor da UFC, e ao ator e cineasta Tito Almejeiras, falecido no próprio dia 4 de agosto, o ponto alto da noite foi a homenagem prestada ao cearense Renato Aragão, o eterno Didi Mocó dos Trapalhões.

    O ator se emocionou muito com os vídeos e as palmas, confessando que prefere a terra natal ao Rio de Janeiro, onde vive hoje, e repetindo que sempre preferiu o cinema à televisão. Aragão inclusive mencionou a produção de seu 51º filme, cuja sinopse é mantida em segredo. Ele concluiu lembrando a inspiração no trabalho de Oscarito e agradecendo ao público: "Meu coração é de vocês. Vocês são maravilhosos, graças a Deus".

    Beto Skeff / Divulgação

    A cerimônia ganhou ares surpreendentes quando os fãs mais fervorosos ameaçaram pular o palco para tirar uma foto com o ídolo. Os seguranças e as apresentadoras não sabiam como lidar com a situação, mas o humorista Fábio Porchat, que entregou o troféu a Aragão, tomou as rédeas do momento e passou a narrar com bom humor a chegada de cada novo fã, tirando as fotos para eles e garantindo que a festividade pudesse continuar. O comediante do Porta dos Fundos ainda ressaltou a importância do humor em tempos políticos tão sombrios, marcados pelo ódio.

    A noite também trouxe a primeira exibição de filmes, ambos cearenses. O primeiro foi o curta-metragem animado A Vila, elaborado de modo coletivo por jovens alunos da rede pública. Os desenhos de traços simples trazem a história de uma nova cidade em construção, levando a brigas e reconciliações enquanto os moradores descobrem os perigos da rede elétrica. Para estudantes de pouca experiência com o audiovisual, o resultado é considerável, além de representar uma valiosa experiência de exibição num evento prestigioso, diante de uma plateia lotada.

    Divulgação

    O Barco, de Petrus Cariry, abriu a mostra competitiva de longas-metragens. O diretor de Mãe e FilhaClarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois investe na fábula sobre uma pequena comunidade de pescadores, marcada por mistérios relacionados à natureza. Entre os personagens se encontram uma mãe de 26 filhos, cada um batizado com uma letra do alfabeto, e o pai que se tornou mudo um dia, quando voltou do mar. As belas imagens e a riqueza do universo onírico empolgaram a plateia, que aplaudiu calorosamente ao final da sessão.

    Leia a nossa crítica.

    A 28ª edição do Cine Ceará continua no dia 5 de agosto com a exibição do longa-metragem chileno Cabras de Merda, dirigido por Gonzalo Justiniano, além dos curtas-metragens A Ponte, de Rafael Câmara, Plantae, de Guilherme Gehr, e A Menina Banda, de Breno César.

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