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    Festival de Cinema Latino-Americano 2018: Princesinha e Tigre, duas fábulas sombrias dirigidas por mulheres

    Filmes sociais e psicológicos se destacam no evento paulistano.

    Logo após a abertura do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo 2018, com a projeção da comédia Correndo Atrás, começaram as exibições de centenas de filmes até o dia 1 de agosto.

    O AdoroCinema teve a oportunidade de assistir a quatro títulos na última quinta-feira. Em comum, eles trazem um ponto de vista crítico sobre a sociedade, além de serem quatro projetos dirigidos por mulheres, sejam sozinhas ou em parceria com outro diretor.

    Selecionado em Toronto e San Sebastian, o argentino Tigre investiga as relações de poder dentro de um grupo de familiares e amigos ricos ao redor do Delta do Tigre. Os diretores Ulises PorraSilvina Schnicer demonstram um controle impressionante das imagens e da ambientação, valorizando o local pantanoso e os gestos ambíguos dos personagens. Para os adolescentes, a passagem à fase adulta inclui a morte de animais, o sexo e o sequestro. Um filme provocador, que lembra muito O Pântano, de Lucrecia Martel. Leia a nossa crítica.

    Se Tigre aborda temas polêmicos, o chileno Princesinha vai ainda mais longe ao tratar de fanatismo religioso, estupro e pedofilia. Nesta obra igualmente selecionada em Toronto e San Sebastian, Tamara é uma garota de doze anos de idade, criada dentro de uma seita religiosa. Ela é escolhida pelo líder do grupo para ser a sua sucessora, tendo a responsabilidade de carregar o filho dele. Com medo, busca fugir ao destino traçado. A diretora Marialy Rivas trabalha com imagens coloridas, sensuais, próximas da fábula, na intenção de atenuar o horror. Leia a nossa crítica.

    Talvez o filme mais leve entre estes seja o brasileiro Onde Quer que Você Esteja, um desenvolvimento do curta-metragem de mesmo nome, também dirigido por Bel Bechara e Sandro Serpa. A comédia dramática apresenta uma dezena de personagens cujo desaparecimento de uma pessoa querida os leva a um programa de rádio. As interações são despretensiosas, e o elenco inclui bons nomes como Leonardo Medeiros e Gilda Nomacce, mas o projeto demonstra dificuldade em trabalhar fotografia, som e montagem. Leia a nossa crítica.

    Para terminar o dia, Astracã apresenta uma experiência sensorial à beira-mar, com um grupo de jovens discorrendo sobre elementos da existência enquanto encontram pérolas preciosas. Feito voluntariamente em estética caseira, o projeto recusa qualquer forma de narrativa convencional. Apesar de seus modestos 72 minutos de duração, levou à maior debandada da sala. Leia a nossa crítica.

     

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