Os US$ 71,3 bilhões oferecidos pela Disney para comprar a Fox e cobrir a contraoferta da Comcast foram mais do que o suficiente para fazer com que o conglomerado midiático que comanda a Universal desistisse de se colocar no caminho de Mickey Mouse. "A Comcast não pretende mais prosseguir com a aquisição das propriedades da 21st Century Fox e, ao invés disso, focará somente na oferta pelo canal italiano Sky", declarou a companhia em comunicado oficial, deixando a estrada aberta para a Disney e encerrando, assim, uma das maiores batalhas da história de Hollywood (via Variety).
A partir de agora, portanto, a Disney não tem mais concorrentes diretos na briga pela compra das divisões de entretenimento da Fox - que incluem, evidentemente, os mutantes dos X-Men, o bem-sucedido Deadpool e parte das ações sobre o canal de streaming Hulu, entre outros bens. A negociação, que só deve ser concretizada em meados de 2019, moverá todo o controle sobre o âmbito de filmes, séries e outros programas da Fox para a Disney, manterá os departamentos de jornalismo e esportes sob domínio da Fox e, com o interesse da Comcast, provavelmente fará com que a gigantesca Sky, coprodutora da série The Young Pope, fique sob o guarda-chuva da dona da Universal.
No momento, o grande impedimento para que a Disney finalmente tenha controle total sobre os bens da Fox é a possibilidade de uma formação de truste, conceito aplicado quando uma empresa que já detém boa parte do mercado compra ou se funde com uma de suas concorrentes, aumentando consequentemente sua fatia de atuação e monopólio. Os executivos da Disney estão se pautando pela validação da fusão entre a AT&T e a Time Warner, recentemente aprovada pelo Congresso estadunidense e pelo Departamento da Justiça. Caso, por outro lado, a negociação entre as duas companhias seja embargada através de recursos judiciais ainda pendentes, a bilionária compra da Fox também pode ser suspensa por tempo indeterminado. Resta aguardar o desenrolar dos próximos capítulos.