Após a gigantesca reação negativa à notícia de que Scarlett Johansson interpretaria um homem trans no drama biográfico Rub and Tug, a atriz anunciou que desistiu do longa.
A atriz confirmou a sua desistência à revista Out (via Variety), explicando: "À luz de recentes questões éticas levantadas ao redor de minha escalação como Dante Tex Gill, eu decidi respeitosamente retirar a minha participação no projeto. Nosso entendimento cultural de pessoas transgêneras continua a avançar, e eu aprendi muito da comunidade deste que fiz a minha primeira declaração sobre este assunto, e percebi que fui muito insensível."
Rub and Tug é o novo projeto do diretor Rupert Sanders, com quem também trabalhou na polêmica adaptação em live-action A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell. Na ocasião, Johasson foi criticada por assumir um papel de uma personagem originalmente asiática.
No novo filme, ela interpretaria um homem transgênero, um líder do crime que usava uma casa de massagens como fachada para um prostíbulo durante as décadas de 1970 e 1980. Gill nasceu Lois Jean Gill, mas se identificava como um homem.
Após o anúncio do filme, muitos ativistas da causa LGBT criticaram a escalação de Scarlett Johansson, e a resposta da atriz gerou ainda outras reações negativas: "Falem para eles [os críticos] mandarem suas críticas para Jeffrey Tambor, Jared Leto e Felicity Huffman", comentou em declaração ao portal Bustle, em uma referência a Transparent, Clube de Compras Dallas e Transamérica. A afirmação é uma referência a outros projetos em que pessoas cis (ou seja, que se identificam com o gênero com que nasceram) interpretaram personagens trans. Vale lembrar que as três decisões também foram questionadas em suas respectivas épocas, e os próprios atores já chegaram a se desculpar por terem assumido tais papéis.
Scarlett Johansson recebe críticas por interpretar um homem transgênero em seu novo projeto"Tenho grande respeito e admiração pela comunidade trans", continuou a atriz, "e estou grata por esta conversa sobre inclusão em Hollywood continuar. De acordo com o GLAAD, personagens LGBTQ+ apareceram 40% menos em 2017 em relação ao ano anteriores, sem representação de personagens trans em lançamentos de nenhum grande estúdio.
Eu adoraria ter a oportunidade de trazer a história de Dante e sua transição para os cinemas, mas entendo por que muitas pessoas sentiram que ele deve ser interpretado por uma pessoa transgênera, e estou grata por este debate sobre escalação, mesmo controversa, tenha dado origem a uma conversa ainda mais ampla sobre diversidade e representação nos cinemas. Acredito que todos os artistas devem ser considerados de forma igualitária e justa. Minha produtora, These Pictures, procura ativamente projetos que divertem e rompem barreiras. Buscamos trabalhar com todas as comunidades para trazer estas histórias relevantes para o público de todo o mundo."