A internet, nossa aldeia global, tem muitos pontos positivos, como a circulação rápida de informações, a aproximação entre pessoas e o oferecimento de diversas fontes, mas também fortaleceu e facilitou coisas lamentáveis como os ataques pessoais. Claro que eles sempre existiram, porém com web é muito mais simples atormentar alguém - e ficar impune.
O principal caso recente do tipo é relacionado a Star Wars - Os Últimos Jedi. Supostos fãs lotaram o perfil de Kelly Marie Tran no Instagram de ofensas, levando a atriz a abandonar a rede social, e o diretor Rian Johnson foi e continua sendo alvo constante de reclamações sobre os rumos da trama.
James Mangold, diretor de Logan, usou sua conta no Twitter para lamentar a onda de desrespeito e alertar para severas consequências que ela pode desencadear: "O processo de escrever e dirigir um filme não é apenas um privilégio, é também trabalho duro. Durante anos. Não é um trabalho forçado na Sibéria, mas nossas junkets, promoções e making of tendem a revelar apenas o que parece divertido. É equivalente emocionalmente a construir uma casa na floresta do zero, sozinho. Aí você acaba, pessoas visitam e nem todas gostam, mas tudo bem. Porém, se alguém vem e grita diariamente sobre como ela viola sua religião, como você é um babaca e/ou demônio e tem início um movimento integrado para destruir sua casa e sua reputação, há um problema."
"Chegando ao ponto em que trabalhar em certos filmes equivale emocionalmente a escrever um novo capítulo da Bíblia (correndo risco de ser apedrejado e acusado de blasfêmia), muitas mentes brilhantes deixarão esses projetos", ele completou. Falando especificamente sobre Star Wars, ele até citou personagens:
"O fervor de alguns ataques tem ferocidade evangélica. Entendo que para muitas pessoas, eu inclusive, a saga SW possui tremendo poder espiritual, semelhante à algo religioso. Mas devemos lembrar de lidar com a decepção de maneira inspirada em Yoda, não Darth.".