O britânico Adam Morse pode respirar aliviado. Depois de subitamente perder a visão há quase 10 anos, o cineasta finalizou o suspense Lucid, que marca sua estreia como diretor de um longa-metragem. Abordando temas como superação e a realização dos sonhos, seu primeiro trabalho no formato é estrelado por Billy Zane.
"Eu quero inspirar pessoas a fazerem seus sonhos se tornarem realidade", disse o diretor, que gravou o filme contando apenas com sua visão periférica. "Não estou falando apenas sobre pessoas com alguma deficiência. Quero que todos acreditem em si mesmos e percebam que quase tudo é possível".
Aos 28 anos de idade, o cineasta foi diagnosticado em 2009 com neuropatia óptica hereditária de Leber, uma doença genética que ocasiona súbita perda de visão em jovens do sexo masculino com histórico de cegueira na família. Apesar das dificuldades, a deficiência nunca foi um obstáculo para Morse, que aprendeu sozinho a escrever roteiros apenas ouvindo vídeos e podcasts sobre o tema.
A poucos dias do lançamento do longa, o britânico aproveitou para falar publicamente sobre a doença pela primeira vez e revelou, inclusive, que Zane, um dos protagonistas, não sabia que ele era cego até as filmagens começarem.
Lucid gira em torno da vida de um jovem solitário (Laurie Calvert), que conta com a ajuda de um excêntrico vizinho (Zane) para superar seus problemas de interação com as pessoas — com uma dançarina, em especial. Mais do que abordar a história de um rapaz tímido, no entanto, a narrativa explora a ideia de que sonhos podem se tornar realidade. Além da dupla, Sadie Frost completa o elenco
Exibido pela primeira vez no Festival de Edimburgo, o longa tem como diretor de fotografia Michel Dierickx, que foi o braço direito de Morse durante as gravações, ajudando-o a expor na tela o que ele realmente queria. Morse já tem planos para seu próximo filme, a comédia China Blue, que será filmada em 2019.