Como de costume, cada novo longa-metragem da Disney/Pixar é acompanhado de um curta-metragem, no qual a empresa testa novas técnicas e novas formas de se comunicar com o público - geralmente com linguagem universal, e sem diálogos.
A aguardada estreia de Os Incríveis 2 traz a exibição de um curta muito especial: Bao, escrito e dirigido por Domee Shi. Na trama, uma dona de casa solitária cozinha tradicionais bolinhos de massa asiáticos, até um deles ganhar vida. Como um bebê, o alimento passa a ter um rosto, braços e pernas.
De repente, a protagonista começa a cuidar deste filho inesperado, protegendo-o ao máximo, e cuidando para que não se machuque - afinal, a massa pode facilmente ser amassada ou destruída. Revelar mais do que isso estragaria a surpresa, mas basta dizer que Bao traz uma comovente leitura da "síndrome do ninho vazio", além de debater as ideias de proteção materna e independência dos filhos.
Alguns críticos viram na história uma trama perversa, mesmo assustadora, mas é óbvio que Bao trabalha no terreno das metáforas. Em apenas oito minutos, consegue levar o espectador às lágrimas através de uma história complexa - não muito distante da sequência inicial de Up - Altas Aventuras - que deve fazer vários espectadores ligarem para as suas mães após o fim da sessão.