Um viva rumo a maior representatividade na sétima arte! Os festivais de Sundance e Toronto irão reservar 20% das suas credenciais de imprensa para jornalistas que integram grupos étnicos e sociais sub-representados, anunciou Brie Larson.
A declaração foi feita pela atriz durante um discurso de aceitação do Crystal + Lucy Awards, premiação organizada pela Women in Film, que desde 1977 honra mulheres de destaque da indústria do entretenimento. Enquanto recebia o prêmio de Excelência em Filme, Larson afirmou que Sundance irá garantir "20% dos seus passes de imprensa de alto nível sejam destinados a críticos sub-representados". Ela também acrescentou que o Festival de Toronto fará o mesmo, que "embora já tenham uma diversidade regional [...], estão trabalhando para [adicionar] mais 20% de vozes sub-representadas de todo o mundo".
O anúncio feito por Larson acompanha a divulgação de um recente estudo da USC Annenberg School, escola de comunicação e jornalismo da Universidade do Sul da Califórnia, afirmando que a maioria dos críticos de cinema são homens brancos. Surpresos? Não!
A pesquisa aponta que 82% das críticas dos 100 filmes mais rentáveis de 2017 foram escritas por pessoas brancas, enquanto só 18% das resenhas vinham de pessoas de grupos raciais e étnicos sub-representados. Das 19.559 críticas analisadas, todas retiradas do Rotten Tomatoes, 78% foram feitas por homens.
Dedicando seu discurso de aceitação para um assunto "realmente importante", como dito pela atriz, Brie Larson apontou a importância dessas políticas adotadas pelos festivais de Sundance e Toronto, e pediu para publicitários, agentes e gerentes ajudarem a mudar esse cenário:
"Precisamos estar conscientes das nossas predisposições e fazer nossa parte para garantir que todos estejam nas salas [de cinema]. [...] Mulheres e críticos de grupos sub-representados não podem julgar o que eles não viram. Muitos tem credenciais ou acessos para exibições de imprensa negados. Por favor, assegurem que esses convites e credenciais encontrem seu caminho para jornalistas e críticos de grupos sub-representados, sendo muitos deles freelancers.
Estou dizendo que odeio caras brancos? Não, não estou. O que quero dizer é que se você faz um filme que é uma carta de amor para uma mulher negra, há uma chance insanamente baixa de uma negra ver e poder criticar sua obra."