Aos 45 minutos do segundo tempo e após atravessarem uma reviravolta inesperada, Hollywood e o mundo do entretenimento audiovisual podem se deparar com uma nova e verdadeira contrarrevolução: de acordo com informações da Variety, os executivos da Comcast, conglomerado midiático que detém controle de empresas como a Universal e a NBC, anunciaram que estão planejando cobrir a oferta bilionária da Disney para adquirir todas as propriedades da 20th Century Fox, a divisão de entretenimento da 21st Century Fox.
Segundo os empresários da Comcast, a oferta que estão preparando será "no mínimo tão favorável para os acionistas da Fox" quanto o preço oferecido pela Disney de US$ 52,4 bilhões + aproximadamente US$ 13,6 bilhões destinados a quitar algumas dívidas pendentes da 20th Century Fox. De acordo com fontes ligadas à Comcast, a companhia comandada por Brian Roberts estaria preparada para oferecer pelo menos US$ 60 bilhões para ter controle sobre os direitos cinematográficos de todas as franquias e obras da Fox, incluindo os mutantes dos X-Men, Deadpool e o Quarteto Fantástico; assumir parte das ações do Hulu, segundo maior serviço de streaming do mundo após a Netflix; e incluir em seu catálogo aclamadas séries do FX, tais como American Horror Story, American Crime Story, Atlanta e Fargo, além da grade de programação de outras 300 emissoras internacionais, como o National Geographic.
Como o valor que será ofertado pela Comcast ainda não foi oficialmente divulgado, não se sabe quando a gigante do entretenimento fará sua jogada; no entanto, espera-se que isso aconteça já nos próximos dias, uma vez que os acionistas da Disney e da Fox já estão marcando reuniões para votar a venda da major de Hollywood para a casa de Mickey Mouse que, independente do interesse da Comcast, só deve ser finalizada em meados de 2019. Caso a Fox quebre o pré-contrato assinado com a Disney, a companhia terá que arcar com uma multa de quase US$ 2 bilhões em decorrência da anulação do acordo; em termos narrativos, o cancelamento da negociação, em outras palavras, significa dizer, principalmente, que Kevin Feige, produtor-chefe do Universo Cinematográfico Marvel, que já estava abrindo espaço para uma possível chegada dos X-Men, pode se ver novamente obrigado a driblar a ausência dos icônicos mutantes dos quadrinhos.
Uma vez que a compra de proporções bíblicas não é uma simples negociação de compra e venda, tudo segue em aberto. A Disney, que precisaria esperar aproximadamente sete anos após a conclusão do negócio para ter total controle sobre as propriedades da Fox, pode ter que aumentar sua oferta para não ver a Universal ganhar ainda mais relevância no âmbito do entretenimento; além de já contar com a bilionária franquia Velozes & Furiosos, o estúdio teria seu tão sonhado Universo Cinematográfico praticamente pronto com a inserção dos personagens da Marvel que hoje estão sob posse da 21st Century Fox - que focará em seus canais esportivos e jornalísticos após vender a 20th Century Fox - em seu catálogo de produções.