Seis anos após seu lançamento, O Som ao Redor, um dos mais importantes e influentes filmes da recente filmografia nacional, pode trazer alguns problemas financeiros para o seu realizador. De acordo com informações da Revista Fórum, o cineasta Kleber Mendonça Filho pode ser obrigado a devolver R$ 2,2 milhões aos cofres do MinC (Ministério da Cultura) porque os recursos captados para a produção do thriller dramático teriam excedido os limites previstos pelo edital de fomento da Ancine (Agência Nacional do Cinema).
Segundo os representantes da pasta cultural do governo de Michel Temer - cuja legitimidade foi questionada por Mendonça Filho e o elenco de Aquarius em um protesto realizado durante o Festival de Cannes 2016 -, o realizador teria submetido à Ancine um projeto para sua obra de 2012 orçado em aproximadamente R$ 1,5 milhão, 15% a mais que o valor de R$ 1,3 milhão delimitado pelo edital de captação de recursos. Em seguida, os produtores de O Som ao Redor teriam redimensionado os custos da produção para aproximadamente R$ 2 milhões - o valor de compensação demandado pelo MinC deveria ter sido pago pelo diretor até o último dia 9 de maio.
O diretor e roteirista, por sua vez, alega que o valor de produção de O Som ao Redor foi composto em parte pela verba de R$ 1,3 milhão captada através do programa de fomento da Ancine e em parte por recursos obtidos a partir de outros editais, incluindo R$ 410 mil provenientes de um edital promulgado pelo Governo de Pernambuco, estado natal de Mendonça Filho. De acordo com o realizador, o acúmulo de fontes de renda foi analisado e posteriormente aprovado pela Ancine.