O 71º festival de Cannes está chegando ao fim, e a mostra competitiva apresentou dois fortes candidatos a prêmios: o drama Capharnaum e o suspense Burning.
Sofrimento infantil
Capharnaum, dirigido por Nadine Labaki, aborda a vida de Zain, garoto de 12 anos de idade que vive em condições de pobreza extrema. Revoltado com os pais, por terem casado a irmã de 11 anos à força, ele abandona o lar e passa a viver nas ruas, em busca de comida. No caminho, encontra refugiados e outras pessoas em situações igualmente degradantes.
Trata-se de um cinema de fácil empatia com os personagens, e que toca em importantes questões sociais. Talvez a sua abordagem seja melodramática demais, mas pode se tornar um filme consensual o bastante para agradar o júri liderado por Cate Blanchett. Na sessão para os críticos, o drama foi um dos mais aplaudidos até agora.
Crimes silenciosos
Já Burning, de Lee Chang-Dong, segue um caminho bastante diferente. Adaptado de um conto, o filme coreano cruza a história de três pessoas diferentes que se tornam amigas. Um dia, uma delas confessa o prazer em cometer crimes regularmente, escondido de todos. O que os outros podem fazer? Denunciar, mesmo sem provas? Impedir o próximo ataque?
O diretor cria imagens espetaculares e constrói um suspense de máxima tensão, com direito a um final surpreendente. Este é o nosso concorrente favorito do festival até agora, mas será que os jurados vão ter a coragem de premiar um filme de gênero?
Leia a nossa crítica.
Os três últimos filmes da mostra competitiva serão apresentados nesta sexta-feira, 18 de maio.
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