Em 2018, o festival de Cannes mantém a tradição de selecionar muitos diretores veteranos que já foram convidados em outras edições (incluindo Jia Zhang-ke, Lars von Trier e o brasileiro Cacá Diegues), mas talvez nenhum deles seja tão lembrado pelos cinéfilos do mundo inteiro quanto Jean-Luc Godard.
Um dos pilares da Nouvelle Vague, criador de obras como Acossado, O Desprezo e A Chinesa, ele apresenta este ano seu novo projeto, The Image Book. Como em seus outros títulos recentes, a intenção é trabalhar com colagens de filmes preexistentes para criticar a maneira como consumimos materiais audiovisuais. O maior exemplo desta relação problemática com as imagens, de acordo com o cineasta, se encontraria na visão dos ocidentais sobre o mundo árabe.
Leia a nossa crítica.
Avesso a entrevistas e premiações, o artista franco-suíço não compareceu ao tapete vermelho, mas teve sua obra bastante aplaudida na sessão de imprensa. Nenhum filme tão experimental jamais venceu a Palma de Ouro, mas quem sabe o júri de Cate Blanchett se encanta com o projeto?
De qualquer modo, a exibição de Le Livre d'Image (no original) marca a décima participação de Godard em Cannes, e relembra que o cineasta continua bastante ativo, tendo feito cinco filmes nos últimos dez anos.