Apesar da insistência do Festival de Cannes e do delegado geral Thierry Frémaux, o diretor russo Kirill Serebrennikov não pôde comparecer evento francês para apresentar seu novo filme, Leto ("Verão"). O presidente russo Vladimir Putin, a quem o festival fez apelo, negou o pedido em nome da "independência da justiça" em seu país.
Em plena filmagem, o cineasta foi preso por suposta lavagem de dinheiro através de sua companhia de teatro. Serebrennikov contesta todas as acusações, afirmando sofrer perseguição artística do governo. Ele se encontra há vários meses em prisão domiciliar.
Por causa desta proibição, a equipe do filme subiu o tapete vermelho com um letreiro representando a figura do diretor, e seu nome foi aplaudido durante longos minutos dentro do cinema Lumière.
Vale lembrar que ele não é o único diretor em Cannes impedido de sair do país. Jafar Panahi, cineasta iraniano que concorre à Palma de Ouro com 3 Faces, também se encontra em prisão domiciliar devido ao posicionamento contrário ao regime.
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Leto aborda a vida do roqueiro soviético Viktor Tsoi (Teo Yoo), um prodígio dos anos 1980 que revolucionou a música em seu país antes de morrer em um acidente aos 28 anos de idade. O filme surpreendeu pela melancolia e ternura, efetuando um retrato poético das artes durante o regime soviético.
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