Roman Polanski, cineasta polonês vencedor do Oscar e da Palma de Ouro por O Pianista, declarou em entrevista à edição de seu país da revista Newsweek que considera o movimento #MeToo uma "histeria coletiva do tipo que vez ou outra acontece na sociedade". "Todo mundo está tentando participar, principalmente por medo", ele completou.
Segundo a Associated Press, os comentários foram feitos antes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciar a expulsão do diretor de seu quadro, pelo abuso sexual de uma menina de 13 anos em 1977. O caso permanece aberto e Roman é até hoje considerado foragido da justiça dos Estados Unidos.
Polanski mostrou-se indignado com a decisão da Academia do Oscar e seu advogado descreveu o acontecido como "abuso psicológico de idoso por motivos populistas". Os dois pretendem recorrer legalmente da decisão, alegando que o cineasta sequer teve a chance de se defender, mas as controversas declarações sobre uma das pautas mais fortes da atualidade em Hollywood não devem ajudar em nada a reverter o jogo.
Polanski ainda comparou as reações da indústria às denúncias de assédio com a forma como a Coreia do Norte chora a morte de seus líderes, tão exageradamente que dá vontade de rir. "Para mim é uma completa hipocrisia", ele finalizou.