The Man Who Killed Don Quixote já integra a lista de produções mais conturbadas de todos os tempos. Após quase três décadas de idealização pelo cineasta Terry Gilliam, o filme enfim saiu do papel em março de 2017, com Jonathan Pryce e Adam Driver nos papéis principais. Porém, tudo voltou a degringolar nos últimos meses, levando a Amazon a quebrar seu contrato de distribuição do longa-metragem nos Estados Unidos.
Hospitalizado no último fim de semana por conta de um acidente vascular cerebral (AVC), Terry Gilliam assiste de longe à decisão da Justiça francesa por permitir ou não a exibição de The Man Who Killed Don Quixote no encerramento do Festival de Cannes 2018 — que ocorre, ironicamente, no dia 19 de maio, exato 1 ano após um tribunal de Paris decidir contra o diretor de Os 12 Macacos e clássicos do Monty Python.
Paulo Branco afirma ser o detentor dos direitos do longa-metragem via Alfafa Filmes. Terry Gilliam, por sua vez, alega que o produtor português descumpriu termos do contrato — como data de produção, financiamento e sua liberdade criativa em The Man Who Killed Don Quixote — e por isso levou o projeto adiante sem o parceiro de outrora. Diante do impasse, que deve ser solucionado ainda hoje, a Amazon optou por se desvincular do projeto.
Idealizado por Terry Gilliam ainda na década de 90, The Man Who Killed Don Quixote passa por atribulações desde o ano 2000, quando o já falecido Jean Rochefort e os então casados Johnny Depp e Vanessa Paradis compunham o elenco principal. Enchentes e outros problemas de locação, doenças e desistências do elenco e produtores retirando o financiamento foram algumas das adversidades enfrentadas por Terry Gilliam, e contadas no documentário Perdido em La Mancha.
Olga Kurylenko (Oblivion) e Rossy de Palma (Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos) integram o elenco da releitura moderna e poética da obra de Miguel Cervantes.