Um dos ícones do cinema italiano, o cineasta Ermanno Olmi faleceu hoje em seu país natal. Sua obra mais famosa, A Árvore dos Tamancos, levou a Palma de Ouro do Festival de Cannes 1978 e dez anos mais tarde ele conquistou o Leão de Ouro do Festival de Veneza com A Lenda do Santo Beberrão.
Nascido em 1931, Olmi começou a filmar curtas em 1953, lançou em 1959 seu primeiro longa-metragem, O Tempo Parou, e com O Posto, de 1961, participou pela primeira vez do Festival de Veneza. Influenciado por Roberto Rossellini e o neorealismo, perseguia temas sociais com preocupações humanistas, usando não-atores e filmando nas ruas.
Homenageado pela Mostra de São Paulo com o Prêmio Humanidade em 2015 - mesma edição em que Os Campos Voltarão foi escolhido o favorito do público -, Olmi fez ano passado o documentário Vedete, Sono Uno di Voi, sobre o cardeal católico Carlo Maria Martini.
Martin Scorsese comentou a morte:
"Ermanno Olmi era um dos últimos grandes cineastas dos anos 60. Nunca esquecerei da primeira vez que vi O Posto e Os Noivos, lançados ao mesmo tempo nos Estados Unidos, mas feitos com dois anos de diferença. Fiquei realmente admirado com ambos e revejo com frequência. O efeito em mim e em vários outros da minha geração e mais novos, por todas as partes do mundo, é incauculável. Olmi era um artista único, dos filmes inciais ao marcante Árvore dos Tamancos, até a liberdade selvagem de seus últimos trabalhos, como Cantando por Detrás das Cortinas e Centochiodi. Sentirei falta do Olmi artista e do Olmi pessoa, pois ele era caloroso e humano como seus filmes."
Ermanno faleceu aos 86 anos em um hospital em Asiago, de causa não revelada.