"I am Iron Man"
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Homem de Ferro foi o pontapé inicial da Marvel nos cinemas, devido a um entendimento curioso: por causa de sua armadura, ele era o super-herói disponível com maior potencial de vender bonecos. Logo, o estúdio nem imaginava que o público se identificaria tanto com Tony Stark, personagem que se encaixaria perfeitamente à persona polêmica de Robert Downey Jr. Politicamente incorreto, um bocado arrogante, o gênio, bilionário, playboy e filantropo só poderia terminar o filme de 2008 revelando que também é herói — assim quebrando mais um paradigma e levando o espectador à loucura.
Iniciativa Vingadores
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O sucesso de Homem de Ferro fez todos esperarem mais filmes dos super-heróis da Marvel. Como a ideia de um universo cinematográfico estendido ainda era uma utopia nos idos de 2008, foi com muita felicidade que, na cena pós-créditos do apenas razoável O Incrível Hulk, o público viu Tony Stark (Robert Downey Jr) surpreender o General Thaddeus Ross (William Hurt) em uma bar depois de sua exaustiva luta contra Bruce Banner (na época interpretado por Edward Norton — lembra?) para anunciar que estava formando uma equipe de super-heróis. Em vez do militar, o alvo daquele aviso era o público: "Os Vingadores vêm aí!"
A vigília de Thanos
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Outra cena pós-créditos icônica, e cujas repercussões diretas só serão concretizadas no lançamento de Vingadores: Guerra Infinita ao fim desse mês, aconteceu no primeiro filme da superequipe, há já longos seis anos (o que denota a minúcia com que esse universo estendido é construído). Nela, The Other reporta ao seu mestre que Loki (Tom Hiddleston) foi derrotado na Terra, e aconselha que derrotar os Vingadores seria uma forma de cortejar a Morte — a grande amada dele, Thanos, que vira para a câmera sorrindo. Você lembra do cinema indo abaixo nesse momento?
Dupla identidade
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Alfred Hitchcock dizia que o suspense se materializa quando a obra distribui informações de forma desigual. Quando um personagem sabe de algo que outro personagem não sabe, por exemplo, ou quando o espectador conhece algo que um ou mais personagens desconhecem — como a identidade de um vilão. Jon Watts articula não apenas um, mas esses dois exemplos nessa maravilhosa sequência de suspense, também plena de referências no cinema noir: as emoções marcadas, os diálogos e personagens ambíguos, o jogo de luzes, os closes, a troca de olhares entre Peter Parker (Tom Holland) e Adrian Toomes (Michael Keaton), um nervoso e outro ameaçador... enfim, tensão pura! Assim, o divertidíssimo Homem-Aranha: De Volta ao Lar apresenta uma das sequências mais bem construídas e sofisticadas de todo o Universo Cinematográfico Marvel.
A despedida do Killmonger
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Pantera Negra levou ao mundo o orgulho e todo o estilo do povo negro ao mergulhar em uma nação africana modelo em avanço social e tecnológico. Para muito além do mundo de fantasia de um país invisível, o diretor e roteirista Ryan Coogler aborda o drama social real do homem negro nos Estados Unidos e no mundo, assim retratando Erik Killmonger (Michael B. Jordan) como um vilão tão complexo que deixa marcas, ensinamentos, em seu rival T'Challa (Chadwick Boseman). E se até o fim do filme alguém condena os motivos desse antagonista cujo grande erro é o radicalismo de suas ações, sua linda despedida esclarece: entre viver preso como seus irmãos na America e morrer, ele prefere subumbir diante do lindo pôr-do-sol de Wakanda. Assim, Erik cai orgulhoso de si mesmo, lutando por um ideal de liberdade que não é só seu, mas de todo o seu povo. Cabe ao herói, T'Challa, usar os meios certos para atingir esse fim — indiscutivelmente nobre.