"Hulk smash!"
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Christopher Nolan investiu no tom sombrio para criar a bem-sucedida Trilogia do Cavaleiro das Trevas. E viria a negar veemente qualquer tentativa de se imprimir humor nos outros filmes da DC que produziu, como Homem de Aço e Batman vs Superman - A Origem da Justiça. Essa recusa frontal (a que teve de ceder em Liga da Justiça) muito se deve ao fato de Joss Whedon ter cristalizado de vez a ideia de que os filmes da Marvel seriam dinâmicos, coloridos, com bastante ação e, por que não?, muito humor. Numa das cenas de maior radicalização dessa proposta, em Os Vingadores - The Avengers, o cineasta retrata um Loki (Tom Hiddleston) enlouquecido pela própria arrogância sendo interrompido pela fúria do Hulk (Mark Ruffalo), que esmaga o Deus da Trapaça como se ele fosse o coelhinho Sansão, da Turma da Mônica. Inesperado, engraçado e vice-versa; difícil não rir dessa cena.
"Com vocês, Baby Groot"
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Vamo combinar? Guardiões da Galáxia é uma covardia nessa lista. James Gunn é um comediante nato, capaz de criar diálogos hilários, situações nonsense, e estimular que seu elenco faça o mesmo em prol do humor na franquia dos heróis renegados do espaço. Então, foi árdua a missão de selecionar apenas uma cena de Guardiões. E a opção foi por uma sequência que reúne um de seus melhores personagens, reencarnado após uma morte emocionante e que retorna brilhando na abertura de Guardiões da Galáxia Vol. 2. A cena escolhida reside entre esses dois momentos, e ainda salienta outro mérito da série: de explorar maravilhosamente clássicos da música. Enfim: "Com vocês, Baby Groot!". Ao som da maravilhosa "I Want You Back", do Jackson 5.
A trapaça do Doutor Estranho
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Dois anos depois, Doutor Estranho já divide opiniões. Nem mesmo a promessa (ou a perspectiva) de deslumbrar visualmente o espectador com o universo místico da Marvel foi de todo atendida, com sua cena mais estonteante sendo um simulacro do que ocorrera anos antes em A Origem, (ironicamente) de Christopher Nolan. Porém, no fim do filme, o diretor Scott Derrickson e sua equipe de roteiristas vão muito bem, sublinhando a persistência e até a chatice de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) para derrotar Dormammu: um inimigo onipotente encarcerado em seu próprio reino, a terrível Dimensão Negra, graças ao poder do Olho de Agamotto. Uma saída inteligentíssima para um final improvável, que — essa, sim — exala originalidade. E é de um humor fino.
A revolução do Homem de Pedra
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Taika Waititi é outro dos raros diretores da Marvel capazes de imprimir sua marca nos filmes do estúdio. Em Thor: Ragnarok, ele transforma o sisudo Deus do Trovão (Chris Hemsworth) em um personagem muito cômico e alavanca sua popularidade. Porém, a cena mais engraçada do longa-metragem é ele próprio, o diretor, quem estrela. O cineasta neozelandês interpreta Korg, um gladiador com anseios de revolução apesar dos movimentos, do tom de voz e da personalidade muuuito vagarosos. E de seus planos patéticos. Korg é sensacional!
A identidade secreta do Mandarim
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Homem de Ferro 3 é um desastre! Claramente, o diretor Shane Black (dos ótimos Beijos e Tiros e Dois Caras Legais) não teve a liberdade devida para fazer o que Taika Waititi faria em Thor Ragnarok. Ainda assim, ele fez algo até hoje único no Universo Marvel: Mandarim, o temível antagonista interpretado por ninguém menos que Sir Ben Kingsley, é uma fraude. Na verdade, uma crítica ousada: o terrorista é um ator a serviço de um governo voraz, que planeja promover uma guerra ao terror para atender aos interesses da elite norte-americana. Além desse corajoso ataque ao Presidente George W. Bush, a cena é ótima, encenando esse antagonista (aparentemente) cruel de maneira constrangedora, patética. Infelizmente, porém, esse lapso de brilhante ousadia não ecoa pelo resto do longa-metragem, que é nada coeso, é todo confuso, e por fim revela um vilão involuntariamente ridículo vivido por Guy Pearce.