Viola Davis homenageou a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na cidade do Rio de Janeiro na última quarta-feira (14) em um caso que causou comoção e revolta no Brasil e no mundo. A atriz vencedora do Oscar por Um Limite Entre Nós publicou uma homenagem à legisladora carioca eleita pelo PSOL em 2016 com mais de 46 mil votos.
"Acabei de ler sobre a corajosa mulher Marielle Franco, que lutou pelos direitos dos pobres nas favelas. Eu me levanto e luto com vocês, Brasil. Viva Marielle e Anderson", escreveu a atriz, também lembrando de Anderson Gomes, motorista do carro em que estava Marielle na noite em que ambos foram assassinados.
Davis publicou um link para uma matéria, em inglês, sobre a atuação de Marielle dentro e fora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro publicada no site The Root. Em suas publicações no Twitter, Facebook e Instagram, a atriz atraiu mais de 143 mil curtidas e 18 mil comentários.
Marielle voltava de um evento com chamado "Mulheres Negras Movendo Estruturas", realizado na Lapa, região central do Rio de Janeiro, quando bandidos que seguiam a vereadora de carro abordaram o veículo onde estava a política e abriram fogo. A polícia encontrou ao menos nove cápsulas no local e quatro tiros atingiram a cabeça de Marielle os criminosos fugiram sem levar os pertences das vítimas. Uma terceira pessoa no carro, a assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços e sobreviveu.
Em vida, Marielle, nascida e criada no conjunto de favelas do Complexo da Maré, se destacou por lutar pelos direitos de grupos historicamente marginalizados pelo poder público, como os moradores de favelas, as mulheres, a população negra e a população LGBT. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marielle coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro antes de se tornar vereadora, onde autou para combater violações e oferecer apoio para famílias de policiais assassinados.
Marielle fazia oposição à intervenção federal na área da segurança pública e era uma voz conta os abusos do poder público. Algumas de suas últimas publicações nas redes sociais denunciavam a violência policial na cidade: "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"