No mês de maio, os cinemas brasileiros recebem a comédia de ação Gringo - Vivo ou Morto, na qual um empresário comum (David Oyelowo) se envolve com mafiosos. O grande elenco inclui Charlize Theron, Joel Edgerton e Thandie Newton.
Mas Oyelowo não foi a primeira escolha para o papel principal. No roteiro, o protagonista era um homem branco vivendo em Chicago. Quando soube do projeto, o ator decidiu abordar o diretor Nash Edgerton e perguntar: "Você já pensou num homem negro para este papel?", e ouviu como resposta: "Na verdade, não. Tenho vergonha de admitir isso... Como sou um homem branco, eu imaginava o personagem como um homem branco".
Segundo Oyelowo, isso ocorreu muitas vezes em sua trajetória, conforme revela em entrevista ao The Guardian. Nos filmes Spooks e The Cloverfield Paradox, ele atuou em papéis inicialmente concebidos para homens brancos. O ator admite fugir de papéis estereotipados, como o negro traficante, o gângster ou o melhor amigo do protagonista branco.
"Sabe, os Leonardo DiCaprios e os Ryan Goslings se tornam famosos mais cedo que os atores negros. Você tem que brigar durante mais tempo, se for negro, para conseguir um diploma e se tornar famoso, e principalmente, precisa interpretar alguma figura histórica em determinado momento - basicamente o tipo de papel que um homem branco não poderia fazer", explica o ator que já encarnou Martin Luther King em Selma - Uma Luta Pela Igualdade e o príncipe Seretse Kama em A United Kingdom.
No entanto, Oyelowo tem perspectivas otimistas: "John Boyega está em Star Wars e ele está na faixa dos 20 anos, Daniel Kaluuya está com pouco mais de 20 anos em Corra!, e agora em Pantera Negra. Conseguir essas oportunidades mais cedo significa que você tem mais tempo para construir uma filmografia expressiva. Se você comparar comigo, com Idris Elba e Chiwetel Ejiofor, isso aconteceu para nós mais tarde", conclui o ator de 41 anos de idade.
