Após uma negociação conturbada e de inúmeras idas e vindas, que inclusive levou os executivos da The Weinstein Company a entrarem com um pedido de falência, a antiga empresa do ex-produtor Harvey Weinstein finalmente foi vendida para o grupo de investidores liderado por Maria Contreras-Sweet e o bilionário Ron Burkle. O objetivo dos novos detentores dos bens da TWC, afundada após as revelações das décadas de abusos sexuais cometidos por seu fundador, é criar um estúdio comandado majoritariamente por mulheres (via Deadline).
Além de fundar uma nova e arrojada produtora a partir de uma importante companhia de Hollywood - a The Weinstein Company foi responsável por quase 80 Oscar nos últimos 20 anos -, trazendo agora um protagonismo feminino na liderança, o acordo de US$ 500 milhões também salvará aproximadamente 150 empregos. Intermediada pelo Procurador-Geral de Nova Iorque, a negociação ainda prevê como resultado a criação de um fundo para compensar as vítimas de assédios e abusos sexuais, similar ao apoio concedido pelo Time's Up.
Mexicana e imigrante, Conteras-Sweet deve permanecer na liderança da vindoura companhia, ainda sem nome definido, que surgirá dos escombros da TWC. Experiente administradora, ela trabalhou com Barack Obama na Secretaria de Pequenos Negócios durante o segundo mandato do ex-presidente e foi responsável pela fundação do ProAmérica Bank, instituição financeira que auxilia micro e pequenos empresários, particularmente os advindos das comunidades latinas dos Estados Unidos. De acordo com a executiva, a "pedra fundamental" de seu planejamento é "lançar uma nova companhia que representa as melhores práticas em governança e transparência corporativas".
"Este próximo passo representa o melhor caminho possível para apoiar as vítimas e proteger os empregados [...] Tenho um longo compromisso em promover a liderança feminina no mundo dos negócios. Este acordo é um importante passo neste objetivo", disse Contreras-Sweet, em seu comunicado oficial.