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    Mostrando-se preparada para a transmissão do Oscar 2018, Dira Paes compara seu novo filme com A Forma da Água e Lady Bird

    Encantados, filmado em 2009 por Tizuka Yamasaki, chega aos cinemas dia 8 de março.

    O que aconteceu na transmissão da Globo do Oscar 2016 não irá se repetir este ano, pois Dira Paes, escalada para comentar a grande festa do cinema na TV aberta, está com os concorrentes em dia e aparentemente será bastante capaz de opinar na noite de domingo. Durante coletiva de imprensa do longa-metragem Encantados, realizada no Rio de Janeiro, a atriz aproveitou o momento para comparar seu novo trabalho com A Forma da Água e Lady Bird - A Hora de Voar, dois dos principais indicados ao Academy Awards:

    "Na verdade o filme tem a encantaria, mas ele fala sobre o despertar de uma menina. Como Lady Bird fala do despertar. Como A Fórma da Água fala da relação de alguém com um ser encantado, porque o ser de A Forma da Água também é amazônico. [...] Quando vi A Forma da Água pensei: 'Gente, são filmes que dialogam!'."

    Dirigido por Tizuka Yamasaki, Encantados é inspirado na história da pajé Zeneida Lima. Interpretada por Carolina Oliveira, ela tem parte de sua adolescência narrada na trama, que acompanha sua mudança com a mãe (Letícia Sabatella) e os irmãos para a Ilha do Marajó, onde a incompreendida jovem se apaixona por um enigmático rapaz (Thiago Martins) e desespera sua família ao se aproximar de seu místico destino.

    Filmado em 2009, o drama desde 2014 roda o circuito dos festivais e, após lançamento local no fim do ano passado, chegará aos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília dia 8 de março.

    Assessoria

    "Quando vejo, acho que ele ganhou uma atemporalidade, seu próprio tempo. [...] Me emociono sempre. É uma sensação muito boa, genuína, pois já sei o que vai acontecer e mesmo assim sou tomada pela emoção", comentou Dira sobre a longa espera. Carolina Oliveira, que gravou suas cenas com 15 anos e agora tem 23, diz sentir o baque: "Pra mim é bem mais doido, porque a passagem de tempo parece que só faz diferença para mim, que só eu envelheci. Me ver ali é legal, pois não parece que sou eu. Já não parecia e agora parece menos ainda, tem esse distanciamento."

    Também presente na coletiva, a diretora Tizuka Yamasaki relacionou o longo processo ao tema de sua obra: 

    "Muita gente cobrou por que demorei tanto para fazer o filme. Perdi investimentos para o lançamento e tudo, mas na viagem para Soure me veio a resposta: foi um filme de cunho espiritual, você não pode ir no tempo dos homens, nem da indústria cinematográfica. Você tem que ir no tempo dos deuses, dos encantados. [...] Fiquei muito agoniada, até que me caiu a ficha. Não é no tempo que eu quero. Quando você trabalha com o espiritual, é o tempo daquele universo, não tem como. Esse filme foi feito no tempo que tinha que ser feito."

    A biografada Zeneida, que inclusive aparece no fim do longa, foi de extrema importância durante toda a produção, ressaltou o elenco. "Precisava entender aquele universo, o que aquela menina sentia, então conversei muito, ela me contou histórias que ninguém sabe, que não estão no filme, mas que foram importantes para mim, para eu colocar na minha Zeneida, internalizar aquilo tudo", disse Carolina. "Pra gente era muito importante ter ela pra entender esses personagens, que não fazem parte da nossa época, mas são presentes até hoje. Tem muita gente como a Cotinha (personagem de Dira), o Fortunato", completou Anderson Muller, citando o capanga que interpreta.

    "A gente olha como a coisa mais linda do cinema, que é te levar para outros universos, para coisas que não fazem parte da nossa dimensão. Mas aí estamos falando de coisas contadas por uma pessoa que fala 'isso aconteceu'. Ela foi levada pelas forças da natureza por três dias! São peculiaridades de uma pajé, mas pra gente é surreal, uma ficção", concluiu Dira Paes.

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