The Weinstein Company, arruinada pelo escândalo de assédio sexual de Harvey Weinstein e também do seu irmão Bob Weinstein, entrou com pedido de falência após um acordo milionário de vender a empresa ter entrado em colapso. A grande companhia produtora de cinema foi leiloada no final de 2017 e havia sido comprada pela empresária Maria Contreras-Sweet, que visava transformar as regras da empresa e criar um fundo às vítimas de abuso de Harvey. Ao que tudo indica, as duas partes não chegaram a um acordo definitivo após o leilão.
O conselho da empresa escreveu uma carta interrompendo as negociações com os investidores Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle, alegando desinteresse. A venda estava prestes a ser concluída, segundo a Variety, mas parece ter desandado quando o procurador-geral da Nova York, Eric Schneiderman, apresentou uma ação judicial acusando a companhia de permitir o comportamento abusivo de Weinstein. O processo judicial criava a possibilidade de gerar disposições intrusivas e trazia a oposição de Schneiderman contra o plano dos investidores de contratar o diretor de operações David Glasser como CEO.
Abaixo, um trecho da carta do conselho da Weinstein Co. endereçada à Contreras-Sweet e Burkle:
Ron, Maria,
Em uma reunião com o procurador-geral de Nova York no dia 21 de fevereiro, você pediu à The Weinstein Company que trabalhasse com você como 'parceiros' rumo ao objetivo comum de salvar a empresa, preservar empregos e criar um fundo para as vítimas. Dada a situação financeira da Companhia, você insistiu que 'o tempo é essencial' e que estava preparada para entrar prontamente no acordo.
[...] Trabalhamos incansavelmente para concluir um acordo para apresentar ao Procurador-Geral para sua aprovação. Ao aderir a praticamente todas as exigências que você impôs, deixamos claro que a única coisa que a empresa precisava para promover sua boa fé era o financiamento interino para administrar nossos negócios e manter nossos funcionários - que permaneceram dedicados à companhia mesmo em meio a uma grande incerteza. [...] Esperamos pacientemente que você entregasse os termos que você disse que salvaria esta empresa de uma certa falência.
[...] Ao invés disso, você nos devolveu um documento incompleto [...] que não apresenta nenhuma opção viável para uma venda. [...] Devemos concluir que seu plano de comprar esta empresa foi ilusório [...]. Apesar das suas declarações anteriores, é simplesmente impossível evitar a conclusão de que não havia intenção de assinar um acordo - muito menos finalizá-lo - e nenhum desejo de economizar bens e empregos valiosos."
Contreras-Sweet e Burkle ainda não se pronunciaram sobre a atitude tomada pelo conselho da The Weinstein Company.