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    Festival de Berlim 2018: In the Aisles, o "novo Toni Erdmann", fecha a mostra competitiva em grande estilo

    In den Gängen (no original) representa muito bem a Alemanha na Berlinale.

    Com a apresentação de seus últimos filmes, a 68º edição da Berlinale já exibiu à imprensa todos os concorrentes ao Urso de Ouro. Fecharam a seleção o polonês Mug, de Malgorzata Szumowska, e o alemão In the Aisles, de Thomas Stuber.

    A vida após o acidente

    Mug parte da interessante história de um homem acidentado (Mateusz Kosciukiewicz) que recebe o primeiro transplante de rosto na Europa. Ele se torna uma celebridade no vilarejo onde mora, mas também passa a ser visto como um monstro, por ter o rosto imóvel e repleto de cicatrizes.

    Conhecida pelo humor sarcástico, Malgorzata Szumowska critica o ponto de vista estreito dos moradores do campo, além do consumismo e o individualismo. Quando o personagem passa a ser maltratado pelos familiares, no entanto, o filme explora em excesso as piadas sobre bullying, ao limite do desrespeito.

    Leia a nossa crítica.

    A vida entre os corredores

    In the Aisles, de Thomas Stuber, acompanha a rotina do tímido Christian (Franz Rogowski), encarregado do estoque num supermercado. Aos poucos, ele aprende a operar empilhadeiras e se apaixona pela colega Marion (Sandra Hüller).

    O filme é simples, porém incrivelmente bem filmado, atuado, e capaz de transformar pequenos gestos em momentos especiais. O diretor demonstra grande ternura pelos funcionários, dando vozes a figuras invisíveis do mercado de trabalho. Pela presença de Sandra Hüller e pelo humor melancólico, abordando os incômodos das relações trabalhistas contemporâneas, tem sido comparado nos corredores de Berlim ao excelente conterrâneo Toni Erdmann. In the Aisles seria uma bela escolha para o Urso de Ouro.

    Leia a nossa crítica.

    A vida dos esquimós

    A mostra competitiva se encerrou oficialmente com a projeção de Ága, que não disputa os prêmios da Berlinale. A obra búlgara representa a vida de um esquimó, Nanook (Mikhail Aprosimov), ocupado com a caça e pesca, enquanto reflete sobre a dor da partida recente da filha, que preferiu morar na cidade.

    O projeto é muito bem filmado, com uma beleza até excessiva - o diretor faz questão de transformar os atos cotidianos em cenas espetaculares. Pode parecer fetichista, ou ingênuo, mas termina fazendo uma analogia interessante com um clássico do cinema, Nanook, o Esquimó (1922).

    Leia a nossa crítica.

    Descubra todas as notícias, críticas e entrevistas no Guia do Festival de Berlim 2018.

     

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