Faltando pouco mais de um mês para voltar à TV com a série Trust, Brendan Fraser foi o tema de um perfil escrito pela GQ Magazine, que relata os motivos de sua ausência dos holofotes durante anos. Além de ter precisado de um tempo para se recuperar das inúmeras sequências de ação que filmou (e do fim de seu casamento), Fraser revelou que ele, também, foi vítima de assédio em Hollywood.
O ator contou que foi assediado em 2003 pelo jornalista Philip Berk, então presidente da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood — ou HFPA, a organização responsável pelo Globo de Ouro.
Fraser relatou que Berk acariciou suas nádegas e, depois disso, não conseguiu reagir: "Eu me senti enojado. Senti-me como uma criança. Como se minha garganta estivesse fechada. Pensei que iria chorar."
Embora Berk tivesse relatado o caso em um livro de memórias, que também foi a público em um artigo publicado no New York Times, as versões do jornalista e do ator divergem. Berk alega ter sido apenas "uma brincadeira", enquanto Fraser descreve um tom assediador e de cunho sexual no gesto.
O ator explica que ficou indeciso quanto a tornar ou não o caso público — motivo por que ficou escondido por tanto tempo. "Não queria lidar com o que aquilo fazia eu sentir, ou que fizesse parte da minha narrativa." Ainda assim, seus advogados requisitaram um pedido de desculpas por escrito — que veio, mas sem o reconhecimento de 'más-intenções': "Se fiz algo que chateou o Sr. Fraser, não foi a intenção e eu peço desculpas", escreveu Berk, que em contato com a GQ afirmou que a versão de Fraser é "totalmente fabricada."
A denúncia de Fraser recebeu apoio nas redes sociais, mas foi o tuíte do ator James Woods que chamou atenção:
"Recomendo bastante esta entrevista. Eu também fui colocado na lista negra por aquele indivíduo da HFPA depois de nove indicações ao Globo de Ouro."
Woods (Era Uma Vez na América, Fantasmas do Passado, Salvador - O Martírio de um Povo) tem tendências políticas conservadoras, e contou que Philip Berk perguntou a ele durante uma coletiva de imprensa se ele votaria em Hillary Clinton caso ela concorresse um dia. "Nunca mais fui indicado novamente", finalizou.
Berk ainda é membro da HFPA, mas não é o atual presidente. Em nota, a associação (via THR) declarou:
"Temos posição firme contra assédio sexual e o tipo de comportamento descrito no artigo. Ao longo dos anos mantemos uma relação de trabalho positiva com Fraser, que inclui o anúncio de indicados, comparecimento à cerimônia e às coletivas. Este relato inclui informações das quais a HFPA não estava ciente, e no momento estamos investigando os detalhes do acidente."