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    Festival de Berlim 2018: Drama paraguaio-brasileiro e comédia com Robert Pattinson marcam dia morno na mostra competitiva

    A primeira debandada e as primeiras vaias da competição.

    Depois de um ótimo começo com Isle of Dogs, a mostra competitiva do 68º festival de Berlim caiu de produção com alguns títulos fracos nesta sexta-feira. Dentro destes filmes estava uma coprodução brasileira e uma aguardada comédia americana. Mesmo assim, nenhum dos dois foi o pior filme do dia.

    Amores discretos

    Las Herederas ("As Herdeiras", em tradução literal) é uma coprodução entre seis países, especialmente o Paraguai, mas com participação brasileira. O diretor estreante Marcelo Martinessi traz a história de um casal de mulheres ricas na faixa dos 60 anos de idade: Chela (Ana Brun) e Chiquita (Margarita Irún). Quando a situação financeira se agrava e Chiquita vai à prisão, Chela é obrigada a se reinventar, com a ajuda de uma nova profissão e de um novo grupo de amigas. 

    O filme é singelo e respeitoso, além de demonstrar o talento do diretor para a construção de clima. No entanto, é uma pena que não se aprofunde em nenhuma das questões mostradas - seja a homossexualidade, os privilégios das classes altas nem a crise das instituições no Paraguai. Somando-se à atuação etérea de Ana Brun, o resultado dividiu o público e despertou palmas modestas ao final da sessão.

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    Quem vai ficar com Penelope?

    Os detratores de Robert Pattinson que nos desculpem, mas o ator da saga Crepúsculo está demonstrando, filme após filme, uma grande versatilidade e talento dramático. Ele também revela bom tempo cômico no faroeste Damsel ("Donzela"), no qual interpreta um conquistador barato tentando se casar com a moça mais bonita da região (Mia Wasikowska). No caminho, enfrenta a concorrência com outros pretendentes.

    O roteiro tem ótimas tiradas e algumas críticas construtivas aos valores norte-americanos, porém se estende demais e acaba se tornando repetitivo. Na sessão de imprensa, algumas dezenas de pessoas abandonaram a sala antes. No término, nenhuma palma no cinema inteiro, apenas umas vaias isoladas.

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    A História precisa de (super-) heróis?

    A produção mais fraca do dia foi Black 47, drama histórico dirigido por Lance Daly. Compreensivelmente excluído da disputa pelos Ursos de Ouro, o filme apresenta um soldado irlandês voltando para casa e se deparando com a morte da família, além da fome de sua população, devido a uma praga que afetou as plantações. Ele decide fazer vingança com as próprias mãos, assassinando todos os homens poderosos do local. 

    O resultado é um projeto grandiloquente sem orçamento para tamanha megalomania, contentando-se em acompanhar um justiceiro sobre-humano (James Frecheville) matando dezenas de adversários e escapando com uma facilidade absurda. Alguns recursos kitsch - a fuga diante da cabana pegando fogo, especialmente - levaram os críticos às risadas involuntárias. 

    Leia a nossa crítica.

    Descubra todas as notícias e críticas publicadas até agora no Guia do Festival de Berlim

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