O jogo só acaba quando termina: esta parece ser a nova estratégia da Comcast que, segundo reportagem de sua subsidiária CNBC, pode cobrir a bilionária oferta da Disney pela Fox. Detentora de empresas como a Universal e a Dreamworks, a Comcast teria que desembolsar mais de US$ 66 bilhões - valor pago pela companhia do Mickey Mouse para adquirir os estúdios e parte das ações, além de quitar as dívidas da 20th Century Fox - para desbancar a Disney na negociação.
A movimentação ainda não é uma garantia, mas fontes da CNBC afirmam que os executivos da Comcast - que estaria interessada principalmente nas propriedades internacionais da Fox - já estão preparando a oferta; a Disney, por sua vez, também já estaria estudando o hipotético cenário em que precisaria brigar para manter os recém-chegados X-Men ao seu catálogo de propriedades. Fato é que antes da compra que mudou os rumos da indústria do entretenimento ser concretizada, a Comcast teria oferecido mais dinheiro do que a Disney; entretanto, Rupert Murdoch, o CEO da Fox, teria optado pela oferta da companhia que comanda o Universo Cinematográfico Marvel e a franquia Guerra nas Estrelas por avaliar que a venda para a Disney poderia driblar a lei antitruste dos Estados Unidos com maior facilidade.
Entretanto, não foi isso que aconteceu. Assim que o negócio foi concretizado, o Congresso norte-americano criou uma força-tarefa para analisar a transação comercial e determinar se há formação de truste - quando uma empresa que já detém boa parte do mercado onde atua aumenta ainda mais seu domínio ao comprar uma de suas concorrentes - ou não. Vale lembrar que como a administração Donald Trump barrou a fusão entre a Time Warner e a AT&T nos tribunais, não é possível descartar a possibilidade de que o acordo Disney-Fox também acabe sendo embargado pelos mesmos motivos. E mesmo que isso não aconteça, parte dos acionistas da empresa comercializada não ficaram felizes com a decisão de Murdoch pela Disney - o descontentamento, portanto, também pode vir a reverter a venda.
De uma forma ou de outra, é preciso aguardar o desenrolar dos próximos capítulos para conhecer o desfecho desta novela. E como a compra em questão bem provou, tudo pode acontecer. Afinal de contas, até dezembro de 2017, ninguém esperava que uma empresa de mais de 80 anos como a Fox pudesse desaparecer para ser integrada ao catálogo de um império midiático.