Mais uma atriz revelou ter sido vítima de Harvey Weinstein, ex-produtor que caiu em desgraça após ter suas décadas de abusos sexuais reveladas: Anne Heche (Donnie Brasco). Em entrevista ao Allegedly with Theo Vonn & Matthew Cole Weiss, a intérprete declarou que foi demitida de uma produção na Miramax - produtora fundada e comandada por Weinstein entre 1979 e 2005 - por ter se recusado a fazer sexo oral no ex-magnata (via Entertainment Weekly).
De acordo com a atriz, Weinstein expôs seu pênis para ela, mas ela conseguiu fugir antes que o ex-produtor realizasse qualquer contato físico. Heche afirmou, ainda, que silenciar as vítimas era a forma que Weinstein encontrara de se manter no poder: "Os esforços que ele fez para seguir pessoas, para contratar espiões, para ameaçar, para demitir as pessoas. Estamos falando de meninas, de jovens atrizes que são muito vulneráveis. Muitas de nós vieram de lugares complicados, sofreram abusos na infância".
A avalanche de testemunhos e denúncias desencadeada pela derrocada de Weinstein demorou tanto tempo para se concretizar, na visão de Heche, porque as vítimas não encontrariam apoio algum na indústria: "O que acontece quando você vem de um lugar abusivo é que você não tem nenhuma guia, nenhum apoio, um pai ou mãe com quem contar. E você certamente não quer levar o assunto ao sócio de Harvey e contar o que aconteceu. E você ainda era seguida e ameaçada [...] Você chega à Los Angeles sozinha, não tem amigos com quem conversar e ele se aproveita disso, dessa garota isolada e vulnerável".
No atual estado das coisas, onde predadores sexuais como Kevin Spacey e Louis C.K. também tiveram seus crimes revelados, as mulheres estão em alta em Hollywood. Além de terem conquistado a capa da revista Time, as mulheres "que quebraram o silêncio" iniciaram um movimento que obrigou o Sindicato de Produtores dos Estados Unidos a criar uma força-tarefa para definir novas diretrizes de segurança que devem ser seguidas em todas as produções como forma de combater os assédios sexuais. Simbolicamente, o primeiro longa a adotar oficialmente as medidas será Mulher-Maravilha 2.
"Não existe monstro maior que Weinstein e é ótimo que ele esteja sendo derrubado", finalizou Heche.