Agnès Varda é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores e mais importantes cineastas de todos os tempos. Precursora da Nouvelle Vague, movimento que revelou lendários diretores como Jean-Luc Godard e François Truffaut, a realizadora firmou seu nome ao lançar documentários e ficções aclamados ao redor do mundo. Pelo conjunto da obra, a francesa recebeu um Oscar honorário no último mês de novembro e, aos 89 anos, vai disputar a premiação da Academia pela primeira vez na vida com seu elogiado Visages, Villages.
Pessoa mais velha a ser indicada ao Oscar na história da premiação, Varda disputará o prêmio de Melhor Documentário ao lado de seu codiretor, o artista JR, e enfrentará uma ferrenha competição para levar o caneco para casa: Abacus: Pequeno o Bastante para Condenar, de Steve James; Ícaro, de Bryan Fogel; Últimos Homens em Aleppo, de Feras Fayyad; e Strong Island, de Yance Ford, são os outros nomeados. Vale ressaltar que o roteirista e diretor James Ivory, indicado ao prêmio de Melhor Roteiro Adaptado neste ano por Me Chame Pelo Seu Nome, também tem 89 anos, mas é um mês mais novo que Varda.
Nascida em 1928 na Bélgica, Varda logo radicou-se na França, iniciando sua carreira como fotógrafa. Seu primeiro filme, La Pointe Courte (1954), realizado sem nenhum treinamento cinematográfico prévio, lançou o nome da realizadora para o mundo. Desde então, Varda vem realizando documentários que repensam a questão da realidade nas não-ficções, filmes que abordam o feminismo e outros tipos de obras de arte sempre permeadas por seu estilo único, cômico e inconfundível. Será que ela leva o Oscar para casa? Visages, Villages estreia nesta quinta, dia 25 de janeiro, no Brasil.
Os vencedores do Oscar serão conhecidos no dia 4 de março - confira aqui a lista completa de indicados!