Woody Allen, acusado de ter abusado sexualmente a filha Dylan Farrow quando ela tinha apenas sete anos, finalmente decidiu se pronunciar sobre o assunto. Farrow voltou a se manifestar contra a impunidade ao cineasta e, recentemente, concedeu uma entrevista televisionada ao programa CBS This Morning, em que contou detalhes sobre o incidente. Em resposta, Allen fez uma declaração,que você confere na íntegra abaixo:
"Quando essa alegação foi feita pela primeira vez há 25 anos, ela foi investigada minuciosamente pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven e pelo Bem-estar da Criança do Estado de Nova York. Ambos investigaram durante meses e concluíram de forma independente que não houve molestamento. Em vez disso, eles acharam provável que uma criança vulnerável tinha sido treinada por sua mãe irritada a contar a história durante um término controverso.
O irmão mais velho de Dylan, Moses, disse que testemunhou sua mãe fazendo isso - treinando Dylan de forma severa, tentando colocar na cabeça dela que seu pai era um perigoso predador sexual - e, infelizmente, tenho certeza que Dylan realmente acredita no que diz.
Contudo, mesmo que a família Farrow esteja usando de forma cínica a oportunidade oferecida pelo movimento da Time's Up para repetir essa acusação infame, isso não faz com que a alegação seja mais verdade hoje do que no passado. Nunca molestei minha filha, como todas as investigações concluíram um quarto de século atrás."
Na entrevista, Farrow disse: "Ele está mentindo e está mentindo por muito tempo. É difícil para mim vê-lo ou escutar sua voz. [...] Ele sempre me tocava, me abraçava e se eu pedisse pra sair sozinha ele não deixava. Ele pediu muitas vezes que eu fosse deitar na cama com ele, quando ele estava só de cueca e, às vezes, quando eu estava só com a minha roupa íntima."
Após a cerimônia do Globo de Ouro 2018, Farrow criticou Blake Lively e Justin Timberlake por terem trabalhado com o pai em Café Society e Roda Gigante, respectivamente. Os atores não se pronunciaram, mas outros se arrependeram de terem colaborado com o cineasta, como Ellen Page, Greta Gerwig, Rebecca Hall e Timothée Chalamet. Os dois últimos doaram seus cachês do ainda inédito trabalho com Allen, A Rainy Day in New York, para o Time's Up (movimento criada por mulheres de Hollywood para defender as vítimas de assédio).