Após ter o controverso e misógino conteúdo de seus arquivos pessoais revelado, o diretor Woody Allen, acusado de ter abusado sexualmente de Dylan Farrow, sua filha, ganhou mais um crítico. Através de sua conta pessoal no Twitter, o ator David Krumholtz (The Deuce) revelou que se arrependeu de ter trabalhado com o cineasta em Roda Gigante e que doou seu salário recebido pelo filme para o Time's Up, fundo de apoio às vítimas de assédio sexual (via Indiewire):
"Me arrependo profundamente de ter trabalhado com Woody Allen em Roda Gigante. É um dos meus erros mais dolorosos. Não podemos mais permitir que estes homens nos representem no entretenimento, na política ou em qualquer outro âmbito. Eles não são homens de verdade"
O ator ainda comentou que cresceu idolatrando Allen por causa de sua filmografia e por também ser um judeu da cidade de Nova Iorque e reconheceu que sequer deveria ter aceitado entrar no projeto. Krumholtz, aliás, não é o primeiro a manifestar seu arrependimento: recentemente, a atriz Ellen Page (Para Roma Com Amor) também afirmou que trabalhar com o realizador estadunidense foi um dos maiores erros de sua carreira.
Por outro lado, Allen também tem seus partidários. Kate Winslet, protagonista de Roda Gigante, causou polêmica nas redes sociais ao defender o diretor e seu colega Roman Polanski, criminalmente indiciado por ter abusado sexualmente de uma jovem de 13 anos, ainda na década de 1970. Por causa do crime, o cineasta franco-polonês não pode colocar os pés nos Estados Unidos e, desde então, vive na Europa para não ser extraditado ao país governado por Donald Trump.
O nome de Allen é frequentemente citado na onda de denúncias e corajosos testemunhos de vítimas de assédio sexual em Hollywood que derrubaram as carreiras de nomes poderosos como Harvey Weinstein e Kevin Spacey. E a incrível força do importante movimento - que ganhou a capa da revista Time e foi ressaltado por Oprah Winfrey em seu emocionante discurso proferido durante a cerimônia do Globo de Ouro - deve continuar trazendo o caso Allen à baila.