Nelson Pereira dos Santos. Orson Welles. Joaquim Pedro de Andrade. Werner Herzog. Estes são apenas alguns dos grandes realizadores com quem o ator e comediante Grande Otelo, ícone da sétima arte nacional, trabalhou em seus 60 anos de carreira. E esta riquíssima trajetória será a base de Othelo, o Grande, documentário que traçará um panorama completo sobre a vida do célebre intérprete.
Através de entrevistas, imagens de arquivo e, principalmente, de comentários concedidos por parceiros de cena como Paulo José e Zezé Motta, o longa de Lucas H. Rossi será rodado em 2018 e explorará a história de Sebastião Bernardes de Souza Prata, nome de batismo de Grande Otelo. Tendo iniciado sua carreira nos palcos ainda na década de 1930, o ator logo migrou para o cinema, participando da década de ouro da sétima arte brasileira: o período das chanchadas, entre os anos 40 e 50, comandado pelas produções de majors como a Atlântida e a Vera Cruz. Ao lado de Oscarito, Grande Otelo criou uma dupla cômica de vasta popularidade e habilidade cênica.
Os anos de sucesso foram tão relevantes que chamaram a atenção de Orson Welles. Em 1943, logo após lançar sua obra-prima e um dos melhores filmes de todos os tempos, Cidadão Kane, o estadunidense chegou ao Brasil para filmar um projeto sobre nosso país: o quase perdido É Tudo Verdade, no qual Otelo interpretou um dos papéis principais. Para Welles, o comediante era o mais importante ator tupiniquim.
Após a derrocada das chanchadas, Grande Otelo foi recebido de braços abertos pelos cineastas do Cinema Novo, estrelando longas como Rio Zona Norte e Macunaíma, e pela Rede Globo - que coproduzirá o documentário em questão através das divisões da GloboNews e da Globo Filmes, ao lado do Canal Brasil -, em ascensão durante a década de 1960. Grande Otelo faleceu em 1993, após protagonizar inúmeros longas, novelas e peças de teatro e receber prêmios por seu trabalho.
Othelo, o Grande ainda não tem previsão de estreia.