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    Artista de extrema-direita reivindica autoria de ataques contra Meryl Streep como forma de 'vingar' Donald Trump

    O apoiador do atual presidente dos Estados Unidos colou cartazes pelas ruas de Los Angeles que afirmam que a premiada atriz tinha ciência da conduta criminosa e abusiva de Harvey Weinstein.

    Os cartazes espalhados pelos muros de Los Angeles que sugerem que Meryl Streep foi conivente com a criminosa conduta de Harvey Weinstein - ex-magnata de Hollywood acusado de assédio sexual e estupro e epicentro do escândalo que abalou a indústria - ganharam um autor. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Sabo, um artista de extrema-direita e fuzileiro naval reformado, reivindicou a autoria da intervenção urbana como uma forma de "vingar" o presidente Donald Trump.

    "Ela está nos atacando, então nós estamos atacando de volta", declarou o ex-militar, responsável por criar a arte difamatória que coloca uma tarja vermelha com os dizeres "Ela sabia" sobre o rosto de Streep, em uma foto onde a premiada atriz aparece ao lado de Weinstein, produtor de diversas obras da intérprete. De acordo com Sabo, a ação foi motivada pela produção e lançamento de The Post - A Guerra Secreta. O suspense jornalístico de Steven Spielberg, estrelado por Streep e Tom Hanks, ganhou precedência sobre todas as outras produções do realizador assim que Trump derrotou Hillary Clinton nas eleições de 2016.

    Filmando rapidamente com a ajuda de um elenco experiente, Spielberg entregou o resultado final de The Post em tempo recorde. O longa, que aborda a história de como o jornal Washington Post desvendou o escândalo dos Pentagon Papers - documentos que destrinchavam a influência dos Estados Unidos no Vietnã e no sudeste asiático entre as décadas de 1940 e 1960 -, tem o objetivo de realizar um comentário contundente sobre o contexto estadunidense atual. Em outras palavras, The Post seria a declaração de Spielberg, Hanks e Streep - que desde o Globo de Ouro 2017 entrou em rota de colisão com o presidente e ex-apresentador de televisão - contra os repúdios presidenciais à liberdade de imprensa e expressão nos EUA.

    Ainda de acordo com a reportagem do periódico inglês, Sabo, conhecido por criar obras racistas e misóginas, declarou não ter conhecimento sobre a veracidade das acusações realizadas contra Streep e que espalhou os 12 cartazes ao redor de Los Angeles com a ajuda de um assistente, ainda anônimo. O ativista de extrema-direita - responsável por intervenções da mesma espécie destinadas a difamar Barack Obama, Hillary Clinton e o senador Bernie Sanders - também é um notório colaborador de Milo Yiannopoulos, jornalista conservador ligado à Breitbart, veículo ajudou a eleger Trump através de suas fake news.

    Não é possível prever como o caso vai impactar a temporada de premiações e o atual estado das coisas em Hollywood, mas é seguro dizer que a polêmica foi a gota d'água de uma semana complicada para Streep. Anteriormente, a ganhadora de três Oscar foi criticada e acusada de ser "hipócrita" por Rose McGowan, uma das vítimas de Weinstein. Streep, por sua vez, se defendeu: "Machucou ter sido atacada por Rose McGowan nas manchetes da mídia durante o fim de semana, mas quero deixar claro que nunca soube dos crimes de Weinstein, nem nos anos 1990 quando ela foi atacada, ou nas décadas seguintes quando ele atacou outras pessoas. Eu não fiquei deliberadamente em silêncio. Eu não sabia. Eu não apoio o estupro. Eu não sabia. Eu não aprovo ver jovens mulheres sendo assediadas. Eu não sabia o que que estava acontecendo".

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