Com o lançamento de Os Últimos Jedi no cinema, a terceira trilogia da saga Star Wars já apresentou dois novos filmes bastante diferentes em tom e abordagem. Os dois são igualmente bons? São fiéis à história, e apresentam novos rumos para a franquia?
Fizemos uma pergunta simples à redação do AdoroCinema: O Despertar da Força ou Os Últimos Jedi? Qual é melhor? Não que seja necessário escolher entre um deles, mas a gente gosta de colocar os editores e redatores em situações difíceis!
Francisco Russo (editor-chefe):
"O Despertar da Força, com certeza absoluta! A começar porque o filme dirigido por J.J. Abrams consegue com habilidade mesclar as referências à trilogia clássica com novos personagens instigantes, especialmente pela postura e o modo como são apresentados ao público. Em Os Últimos Jedi há uma clara pasteurização dos novatos, que se tornam desinteressantes ora por se serem óbvios (Rey e Kylo Ren), ora porque seu arco não faz o menor sentido para a história como um todo (Finn). Além disto, o novo filme é extremamente pobre ao (tentar) trazer algo de novo à franquia, dependendo demais de referências aos momentos marcantes do passado. Sem contar que personagens como Chewbacca, Maz Kanata, R2-D2 e Capitã Phasma são abandonados à deriva neste novo filme, o que não acontece em O Despertar da Força - todos que surgem em cena possuem uma função na narrativa".
Lucas Salgado (editor):
"Gosto bastante de O Despertar de Força, mas é preciso admitir que é um filme que não arrisca. Investe no fan service e no sentimento de nostalgia. Faz bonito com o que tem, mas não mostra muita originalidade, apresentando uma trama muito parecida com o Episódio IV, de 1977. Agora não. Os Últimos Jedi é diferente de tudo da franquia e ao mesmo tempo é 100% Star Wars. Politicamente, é um filme muito atual, debatendo questões sobre a indústria bélica, a ganância da classe dominadora e o protagonismo feminino. Conta com batalhas e confrontos memoráveis, e um desfecho de arrepiar. Um filmaço. Parece cedo, mas talvez o melhor Star Wars desde O Império Contra-Ataca".
Vitória Pratini (redatora):
"Questão difícil esta, não? Ouso dizer que Os Últimos Jedi é melhor que O Despertar da Força, por alguns motivos. Ainda que Chewbacca pudesse ter tido mais espaço e importância no Episódio VIII, um dos grandes méritos do filme é desenvolver os novos personagens de uma forma mais profunda, explorar os conflitos de cada protagonista e ser belíssimo visualmente. Sem contar que tem o esperado encontro entre Luke (Mark Hamill) e Leia (Carrie Fisher)! Além disso, Os Últimos Jedi bebe de referências de toda franquia de forma criativa, sem parecer uma cópia. Não me leve a mal, O Despertar da Força é um ótimo filme, mas não se pode negar que sua trama se assemelha e muito ao primeiro Guerra nas Estrelas".
Katiúscia Vianna (redatora):
"O melhor: O Despertar da Força. Os Últimos Jedi é até um filme bacana (com destaque para alguns momentos visuais bem inspirados), mas tem muitos problemas de roteiro e é longo demais. Já O Despertar da Força consegue resgatar todos os aspectos bons da saga que foram perdidos com a trilogia dos prelúdios. Com várias homenagens aos filmes originais, ainda consegue trazer novos personagens cativantes (quem não comemorou quando Rey pega seu sabre de luz? You go, girl!) e um ar fresco para a franquia nerd. A história é simples, mas seu humor funciona nos momentos certos. Ps: como não amar um filme que apresenta BB-8 ao mundo?".
Rodrigo Torres (redator):
"Um fã simplificou de maneira curiosa e inteligente sua frustração com Star Wars - O Despertar da Força: 'Eu queria uma história nova com personagens velhos. Me deram uma história velha com personagens novos'. Star Wars - Os Últimos Jedi é um filme que atende à exigência pertinente e corrige o purismo excessivo da frase do fã: é uma história nova com personagens novos, velhos e transformados — por isso tão bom. O tempo há de reconhecer o Episódio 8 como o filme mais cerebral da franquia, com maiores reviravoltas, melhor dramaturgia, de visual arrebatador, lindo em alguns momentos, que pouco desliza e ousa bastante. O tempo há de colocá-lo à altura de O Império Contra-Ataca".