A aquisição dos estúdios da Fox pela Disney apresenta uma nova perspectiva de futuro para o mundo do entretenimento e, é claro, para a economia dos Estados Unidos como um todo. Por isso, o Congresso estadunidense, liderado pela senadora Amy Klobuchar (Democrata), está investigando uma das maiores negociações da história para determinar se a compra representa ou não um caso de formação de truste.
Economicamente falando, um truste é configurado no momento em que uma empresa específica, que já é lider de seu segmento de atuação - a Disney, no caso -, adquire uma de suas concorrentes - a Fox - e obtém controle majoritário sobre o mercado em questão. Tendo em vista a legislação antitruste dos Estados Unidos, Klobuchar, membro do subcomitê especializado na questão, pediu uma audiência com seus pares no Congresso para averiguar a situação e definir se o acordo transfere o monopólio do meio para a Disney ou não.
O membro da Casa dos Representantes David Cicilline (Democrata) também está liderando uma iniciativa para inquirir quanto à natureza do negócio. De acordo com ambos os políticos, a transação, que confere plenos poderes à Disney, pode limitar a oferta aos consumidores ao mesmo tempo em que adiciona mais de 300 canais internacionais, ações sobre o Hulu - segundo maior serviço de streaming do mundo, atrás apenas da Netflix - e, é claro, as propriedades da Fox Studios, televisivas e cinematográficas, ao catálogo de propriedades da empresa de Mickey Mouse.
A Disney e seu presidente, Bob Iger, ainda não se manifestaram sobre o novo desenrolar, mas a possibilidade de uma investigação sobre o acordo com a Fox já era mais do que concreta desde que o governo de Donald Trump decidiu embargar a astronômica fusão entre a AT&T e a Time Warner - o caso se arrasta nos tribunais e, na melhor das hipóteses, só será concluído no final de março de 2018. Historicamente falando, vale ressaltar que o Departamento Judiciário dos Estados Unidos não costuma interferir muito nesse tipo de transação - no entanto, a audiência e o processo subsequente podem retardar, de fato, a integração dos X-Men ao Universo Cinematográfico Marvel.