4º - Thor: Ragnarok, de Taika Waititi
O Deus do Trovão ganhou seu primeiro filme solo no Universo Cinematográfico Marvel no começo desta década, mas foi apenas na terceira tentativa — depois de Thor (2011) e Thor: Mundo Sombrio (2013) — que o estúdio finalmente acertou em cheio.
Ao abraçar o humor, o ridículo e as cores vibrantes, Thor: Ragnarok seguiu a cartilha Guardiões da Galáxia, à começar com o trailer embalado por Led Zeppelin, e ironicamente conseguiu superar o filme de 2017 de James Gunn. Dirigido por Taika Waititi, o longa mostrou que a sub-franquia estrelada por Chris Hemsworth só tem a ganhar quando investe na comédia.
3º - Homem-Aranha: De Volta ao Lar, de Jon Watts
A medalha de bronze ficou com Homem-Aranha: De Volta ao Lar, que marca o terceiro reboot da franquia dedicada ao popular herói em 15 anos. Depois dos fracos filmes sobre o personagem dirigidos por Marc Webb, Tom Holland foi capaz de injetar a jovialidade, energia e carisma que Peter Parker precisava.
Trata-se de um projeto que domina perfeitamente as características que fizeram do Homem-Aranha um herói tão amado, investindo no lado mais humano e divertido de Parker, finalmente interpretado por alguém que realmente parece um adolescente passando por uma fase de amadurecimento. O charme da atuação entusiasmada de Holland se destaca por conta do roteiro que privilegia o desenvolvimento dos personagens, algo relativamente raro entre os blockbusters de 2017 (vide Liga da Justiça, Transformers: O Último Cavaleiro, A Torre Negra e A Múmia).
Com desafios condizentes com a envergadura de seu protagonista, que ainda está aprendendo como se luta contra o crime, o longa-metragem de Jon Watts acerta por investir em uma abordagem menos grandiloquente do que outros filmes de heróis. De Volta ao Lar é um raro superhero movie a contar com um vilão humano, complexo e de aspirações tangíveis. O Abutre interpretado por Michael Keaton, ótimo no filme, é o melhor antagonista do Universo Cinematográfico Marvel em um bom tempo.
2º - Mulher-Maravilha, de Patty Jenkins
De certa maneira, é uma pena que tenha levado tanto tempo até Hollywood perceber que a maior heroína da DC Comics merecia, assim como o Batman ou o Superman, múltiplos filmes que explorassem sua vasta mitologia. Ainda assim, é uma dádiva que uma produção como Mulher-Maravilha tenha surgido em 2017 como o primeiro filme do Universo Estendido da DC que realmente fez o público ansiar por uma sequência. Em uma era na qual as questões relativas à igualdade de gênero urgem, é incrível acompanhar o sucesso de crítica e público um filme que teria sido rejeitado por executivos da indústria cinematográfica anos atrás.
Filme de maior bilheteria dirigido por uma mulher em todos os tempos, Mulher-Maravilha apresenta uma performance genuína de Gal Gadot no papel principal. A atriz israelense é dona de um raro carisma e já escreveu seu nome na cultura pop moderna com a maneira como incorpora a princesa de Themyscira. A obra de Patty Jenkins tem coração e tenacidade ao apresentar uma história pautada por noções como esperança, sinceridade e empatia, valores fundamentais para se sobreviver a um ano tão cínico quanto 2017.
1º - Logan, de James Mangold
Se você já leu a lista na qual o AdoroCinema elegeu os melhores filmes de 2017 — de qualquer gênero —, você já sabia que Logan seria o primeiro lugar nesta lista também. O filme de James Mangold foi a única produção dedicada a um super-herói a figurar no ranking elaborado pelos críticos do site.
Quase 20 anos depois de interpretar o papel que viria a ser o mais importante de sua carreira como ator pela primeira vez, Hugh Jackman não poderia ter uma despedida melhor do Wolverine do que a foi apresentada por em Logan. A obra, que finalmente tem a violência gráfica que um filme sobre o mutante brutalizado por traumas e derrotas precisa, analisa de forma autoconsciente os limites e possibilidades de um filme sobre um super-herói que envelheceu diante das câmeras. O que acontece quando um herói sente o peso de sua própria mitologia? A resposta está em um longa-metragem que dialoga com o faroeste para discutir uma dilacerante angústia humana relacionada à mortalidade.