Após ter recebido duas denúncias de má conduta contra mulheres, Dustin Hoffman foi acusado de assédio sexual por mais cinco, sendo que uma delas era menor de idade na época do acontecimento.
Colega da filha de Hoffman, Cori Thomas disse que tinha apenas 16 anos quando foi assediada pelo ator. Os três tinham andado por Manhattan e estavam num restaurante onde os pais de Thomas iriam buscá-la, quando Hoffman sugeriu que eles esperassem no hotel onde ele estava hospedado. Sozinha no local com ele, após a filha do atorter ido embora, Thomas afirma que Hoffman foi se banhar e voltou só de toalha, sendo que em seguida ficou pelado, colocou um roupão e pediu para ela massagear seus pés.
"Ele estava lá pelado. Acho que quase entrei em colapso, de verdade. Foi a primeira vez que vi um homem nu. Estava mortificada. Eu não sabia o que fazer no momento. Não sabia que podia dizer não, então eu fiz [a massagem], enquanto ele continuava dizendo 'Estou pelado. Você quer ver?'", disse Thomas. Ela ainda revelou que só contou a história para a mãe décadas depois.
A segunda mulher que se pronunciou foi Melissa Kester. Ela alega que o incidente com Hoffman aconteceu durante a produção do longa Ishtar (1987). Ela namorava um homem do departamento de som e acompanhava ele no estúdio de gravação, onde o ator a chamou para a sala de controle. No local semi-aberto, em que Hoffman ficava visível apenas do peito para cima, ela afirma que ele desceu os dedos dele por sua calça e os enfiou dentro dela por aproximadamente 20 segundos, até o take dele acabar.
"Ele meio que deu uma risada. Eu saí correndo de lá e sentei no banheiro, chorando. [...] Me senti como se tivesse sido estuprada. Não houve nenhum aviso. Eu não sabia que ele faria aquilo”, completa Kester.
A terceira mulher decidiu permanecer anônima, mas também foi assediada por Hoffman enquanto trabalhava no filme Ishtar, num papel sem falas. Após o término de uma gravação, ela foi para uma festa com o restante da equipe. De madrugada, ela afirma que Hoffman ofereceu uma carona num carro repleto de outras pessoas. Ela conta que havia "gente a poucos centímetros" de distância quando ele "enfiou os dedos dentro" dela. Deixada perto do seu apartamento, a anônima diz ter recebido US$ 20 do ator para ir na casa dele, onde ela foi posteriormente e teve relações sexuais com ele. A mulher afirma que o incidente no carro não foi consensual, enquanto que respondeu "Eu não sei" quando questionada se o encontro posterior foi consentido.
Além das três mulheres que falaram com a Variety, outras duas deram entrevistas ao The Hollywood Reporter. Uma delas era Carolyn, que trabalhava como guia de turismo em Washington quando Hoffman filmava Todos os Homens do Presidente (1976). Segundo seu relato, ela foi abordada pelo assistente do ator, que disse ele queria passar a tarde com ela. Carolyn foi ao hotel naquela noite e Hoffman atendeu a porta do quarto sem camisa. Após uma longa conversa, ela alega ter expressado seu desejo de ir embora quando Hoffman disse "Ir pra casa? Você não acha que vai sair daqui sem fazer sexo, acha?". Carolyn afirma que ele bloqueou a porta e ofereceu duas opções, sendo que uma delas era sexo oral.
A última foi Pauline, que era estilista de produções televisivas. Ela disse que trabalhava em uma loja onde Hoffman começou a ir com certa frequência, até que a convidou para a première do seu longa, Alfredo, Alfredo (1972). Numa outra ocasião, os dois foram ao cinema e Hoffman perguntou à Pauline se ela queria ir na casa dele ver o cachorro que havia comprado para a filha. Ela aceitou e, chegando lá, descobriu que não havia cachorro nenhum. Pauline afirma que ele apresentou o quarto da filha e, em seguida, desabotoou a calça e se masturbou na frente dela.
Hoffman não se pronunciou sobre as recentes acusações de assédio, mas seu advogado afirmou em uma carta ao proprietário da Variety que as denúncias são "falsas e difamatórias".