Acusado de assédio sexual, Louis C.K. foi um dos figurões da indústria que viram suas carreiras serem derrubadas em meio à avalanche de denúncias de vítimas de assédio sexual e estupro que varreu Hollywood nos últimos meses. No entanto, o comediante, que prontamente reconheceu a veracidade das acusações, decidiu re-adquirir os direitos de distribuição de seu mais recente projeto, o controverso I Love You, Daddy, cujo lançamento foi cancelado em decorrência do escândalo (via The Hollywood Reporter).
Segundo informa a reportagem, a The Orchard, distribuidora que seria responsável pela première da comédia dramática inspirada na obra de Woody Allen, não vai cobrar os custos de divulgação do filme. Antes de anular a estreia do longa, a empresa chegou a enviar 12 mil cópias de I Love You, Daddy como forma de promover a produção durante a temporada de premiações. Ainda não se sabe o que C.K., que deve gastar o valor de venda de sua obra - aproximadamente US$ 5 milhões - na negociação, fará assim que retomar a posse de seu projeto.
É evidente que o comediante - demitido do canal FX, seu antigo lar criativo - pode tentar distribuir I Love You, Daddy por conta própria, especialmente se fechar algum acordo com os diversos serviços de streaming disponíveis na internet. Caso não consiga contrato com nenhuma companhia do tipo, C.K. ainda poderia empregar a mesma estratégia que utilizou para distribuir sua última série, Horace and Pete, que foi inteiramente exibida no site de C.K.
Entretanto, a situação não é nada favorável para o comediante. Além das acusações que pesam contra o si, ainda há o fato de que o conteúdo de I Love You, Daddy é tão controverso quanto seu diretor e protagonista. Afinal de contas, a narrativa gira em torno de um problemático relacionamento entre China (Chlöe Grace Moretz) - jovem de 17 anos e filha de Glen (C.K.) - e o diretor Leslie Goodwin (John Malkovich), muitas décadas mais velho que ela. Assim, também não é possível descartar o engavetamento perpétuo de I Love You, Daddy.