Mais uma lista de pré-selecionados para a conta! Após divulgar a seleção completa dos primeiros nomeados a algumas das categorias do Oscar, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos acaba de anunciar os 15 documentários que competirão pelo troféu da categoria na 90ª edição da premiação. E a julgar pelos indicados, a disputa documental será uma das mais emocionantes.
Dentre a quinzena de não-ficções eleitas para a disputa das cinco vagas finais, destacam-se principalmente Visages, Villages e Cidade de Fantasmas, os novos trabalhos de Agnès Varda (As Praias de Agnès) e Matthew Heineman (Cartel Land), respectivamente. Aclamados e premiados nos festivais nos quais foram exibidos, ambos os filmes podem ser considerados como os dois favoritos da lista.
A obra da francesa - expoente da Nouvelle Vague -, em parceria o fotógrafo JR, inclusive, é considerada por muitos críticos internacionais como um dos melhores longas do ano inteiro. Heineman, por sua vez, é prata-da-casa, trata de um assunto atual e muito importante para os estadunidenses - a formação e a constituição do Estado Islâmico, um dos principais inimigos do governo de Donald Trump e das outras administrações ocidentais - e já foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário por seu projeto anterior.
Mas isso não quer dizer que o caminho será fácil para Varda e seu principal concorrente. Últimos Homens em Aleppo, brutal e elogiado filme de Feras Fayyad - que concedeu entrevista exclusiva ao AdoroCinema - sobre a Guerra da Síria é um dos longas mais impactantes de 2017. A atualidade e urgência de sua temática e a boa carreira e desempenho nas mostras internacionais pelas quais passou podem pesar a favor da não-ficção do cineasta sírio.
O êxito das companhias de streaming também é notável. Além de Cidade de Fantasmas, outra produção do Amazon Prime também está na disputa: Long Strange Trip, obra de Amir Bar-Lev sobre a história da banda Grateful Dead. A Netflix, por sua vez, emplacou quatro títulos: One of Us, produção sobre o opressivo universo do judaísmo chassídico de Nova Iorque; Chasing Coral, não-ficção ambientalista sobre o desaparecimento dos recifes de coral; Ícaro, documentário que explora a indústria do doping no mundo esportivo; e Strong Island, uma história pessoal do diretor Yance Ford sobre a violenta morte de seu irmão.
Ainda, a presença de nomes consagrados do mundo documental deve impactar a decisão final dos acadêmicos do Oscar. O lendário Frederick Wiseman, pioneiro do cinema direto, traz seu mais recente filme para a briga, Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova Iorque. Além dele, Steve James - diretor do clássico Basquete Blues - e o político Al Gore retornam à disputa com Abacus: Pequeno o Bastante para Condenar e Uma Verdade Mais Inconveniente, sequência do ganhador de dois Oscar, Uma Verdade Inconveniente.
Por fim, o artista plástico Ai Weiwei e o realizador Brett Morgen (Cobain: Montage of Heck) também estão no páreo, com os aclamados Human Flow: Não Existe Lar Se Não Há Para Onde Ir e Jane. Confira a pré-seleção completa do Oscar de Melhor Documentário abaixo:
Abacus: Pequeno o Bastante para Condenar, de Steve James
Chasing Coral, de Jeff Orlowski
Cidade de Fantasmas, de Matthew Heineman [crítica]
Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York, de Frederick Wiseman
Human Flow: Não Existe Lar Se Não Há Para Onde Ir, de Ai Weiwei [crítica]
Ícaro, de Bryan Fogel
Jane, de Brett Morgen
LA 92, de Dan Lindsay e TJ Martin
Long Strange Trip: A Viagem do Grateful Dead, de Amir Bar-Lev
One of Us, de Rachel Grady e Heidi Ewing
Strong Island, de Yance Ford
Últimos Homens em Aleppo, de Feras Fayyad [crítica]
Unrest, de Jennifer Brea
Uma Verdade Mais Inconveniente, de Bonni Cohen e Jon Shenk [crítica]
Visages, Villages, de Agnès Varda e JR [crítica]
A 90ª edição do Oscar terá lugar no dia 4 de março de 2018. As indicações finais à premiação, por sua vez, serão anunciadas no dia 23 de janeiro.