Christopher Nolan, responsável por jovens clássicos da sétima arte como Amnésia e A Origem, também é conhecido por suas polêmicas declarações. Para alguns críticos, inclusive, o tamanho de seu talento só é comparável ao de sua arrogância. No entanto, em certas ocasiões, é muito difícil negar que o que o realizador diz está correto - como no caso de sua explicação sobre o motivo que faz com que sua trilogia Cavaleiro das Trevas supere as novas produções da DC: é apenas uma questão de tempo.
"O tempo é um privilégio e um luxo que os cineastas não têm mais hoje em dia. Acho que, no meu caso, foi a última vez em que alguém disse o seguinte para um estúdio: 'Posso fazer mais um filme, mas vou precisar de quatro anos'. Existe muita pressão para seguir prazos e calendários para permitir que as pessoas tenham isso hoje, mas criativamente o tempo é uma grande vantagem [...] Nós tivemos o privilégio e a vantagem de nos desenvolvermos como pessoas e narradores, e só então reunir a família", afirmou o cineasta (via Esquire).
Basta analisar os calendários de lançamentos para perceber que Nolan está mais do que certo quando afirma que o tempo de produção concedido aos cineastas é cada vez mais curto. Reunindo apenas os longas que integram o Universo Cinematográfico Marvel, o Universo Estendido da DC e o Universo X-Men da Fox, é possível calcular uma média de aproximadamente três estreias de filmes de super-heróis por ano desde 2008. Isso sem contar com produções da Sony, como O Espetacular Homem-Aranha. Nolan, por sua vez, levou mais de sete anos só para completar sua trilogia do Homem-Morcego.
Portanto, se você não encontra uma fórmula - funcional, porém padronizadora - como a Marvel fez, o tempo será um inimigo. A empresa de Stan Lee consegue manter o ritmo e o nível de suas produções porque sabe muito bem como investir seus orçamentos, como escolher seus elencos, equipes e roteiros e, principalmente, como filmar rápido. No caso da DC, os produtores ainda não chegaram no ponto certo da receita: ora um estouro de bilheterias como Mulher-Maravilha é produzido, ora surge um fracasso como Esquadrão Suicida.
Além disso, querer acompanhar a velocidade de criação atingida por um império firmemente estabelecido há 10 anos como o do MCU é o tiro no pé que não permite com que a DC avance com mais calma na exploração de seu próprio universo. No fim das contas, é como diria o ditado: a pressa é inimiga da perfeição.