Uma notícia para aliviar o dia e restaurar a fé na humanidade. Seis figuras que turistavam pelo Cazaquistão decidiram fazer a mais ousada das homenagens ao país: caminhar pelas ruas da capital Astana vestidos de "mankini", o ousado traje de banho usado pelo protagonista de Borat — filme censurado no país por seu teor satírico e ofensivo a aspectos culturais locais.
Como consequência, a polícia tomou a única providência possível: prendeu o grupo. Cada um dos "gênios" foi condenado a pagar uma multa de 67 dólares pela aparição pública com a vestimenta indecente. Em resposta, o criador e intérprete do personagem, Sacha Baron Cohen, anunciou: "Aos meus amigos tchecos que foram presos. Me enviem suas informações e provem que foram vocês que eu pagarei sua multa." O ator britânico ainda criou um e-mail específico para o assunto: "Preso Por Vestir o Seu Mankini".
Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (título completo que é tão maravilhoso quanto o maiô verde fluorescente do personagem) foi perseguido durante meses por líderes políticos e financeiros do país. Pois, antes de ironizar a ignorância do povo americano em seu mocumentário, o comediante traça uma caricatura pesada que retrata o cazaque como um povo marcado pelo preconceito e pela alienação de costumes; como não civilizado, selvagem.
A popularidade de Borat rendeu uma situação particularmente absurda: no pódio, enquanto recebia uma medalha de campeã, a atleta cazaque Maria Dmitrienko teve de ouvir a paródia do filme no lugar do hino nacional oficial de seu país. Onze anos após o lançamento da comédia, porém, a posição do Cazaquistão é outra. Há até menos tempo, em 2012, o ministro das Relações Exteriores Yerzhan Kazykhanov declarou que o filme contribuiu para o aumento do turismo no país. E agradeceu.