É possível que Thor: O Mundo Sombrio seja o único filme da Marvel que não agrada nem ao público e nem à crítica. Inferior ao seu predecessor e anos-luz distante do elogiado Thor: Ragnarok, reinvenção de Taika Waititi para a franquia estrelada por Chris Hemsworth, Thor 2 ficou conhecido por sua trama pouco inspirada e seu vilão mais do que esquecível. Mas ao que tudo indica, Christopher Eccleston (The Leftovers), o antagonista do longa, ainda não se esqueceu da obra - e da conduta do estúdio:
"É preciso dizer que não foi o meu melhor momento [...] Nos primeiros dias de filmagem, levava de sete a oito horas para fazer a maquiagem. Acho que conseguimos diminuir para seis horas e meia. Era um dia inteiro de trabalho antes de filmar qualquer coisa. A Marvel foi desonesta comigo porque eles nunca, nunca me disseram que eu precisaria usar tanta maquiagem [...] Foi por dinheiro", completou Eccleston, ao ser questionado sobre suas motivações para aceitar o papel de Malekith no filme de Alan Taylor (via ComicBookMovie).
Como a Marvel ainda não se pronunciou sobre o assunto, é difícil analisar a questão. De qualquer forma, a reclamação do ator só reforça, uma vez mais, que há um problema muito grave quando se fala nos vilões do Universo Cinematográfico Marvel. Não é por acaso que o Loki de Tom Hiddleston e o Abutre de Michael Keaton tenham conquistado tanto os fãs: além de serem muito bem interpretados, ambos os antagonistas possuem camadas e têm personalidades próprias que vão muito além de planos de destruição mundial.
É evidente que a Marvel não precisa se esforçar muito: estabelecido como está, o MCU atrairá o público ad eternum. Por outro lado, certamente não faz mal algum incluir antagonistas mais profundos e ameaçadores. Em um mundo como o dos super-heróis, completamente baseado na luta entre o bem e o mal, ter vilões perigosos já eleva a qualidade de qualquer filme do gênero.