Um dos atores mais problemáticos de seu tempo é acusado de mais um ato terrível. Doze testemunhas confirmaram ao The Hollywood Reporter que Tom Sizemore foi expulso do set do filme Mente Perigosa, em 2003, porque teria abusado sexualmente de uma garota de 11 anos. A jovem atriz, que vivia sua filha e estava em seu colo na cena, o acusou de passar a mão sob seu vestido e esfregar ou enfiar o dedo em sua genitália.
"A menina era tão jovem que não havia certeza para ela ou seus pais sobre o que realmente aconteceu e se foi intencional ou não", diz a gerente de produção Cassidy Lunnen. A lembrança de Robyn Adamson, que vivia a esposa de Sizemore e mãe da menina no longa, é mais contundente. "Em um momento, seus olhos se arregalaram, como se ela fosse vomitar. Eu estava olhando para ela. Ela se recompôs rapidamente e continuou, embora tenha tido problema para ser dirigida. Depois, quando me contaram o que aconteceu, eu sabia exatamente o que tinha sido", conta a atriz.
Diretora de elenco responsável pela escalação da jovem atriz, Catrine McGregor foi quem revelou a história ao THR, e a primeira pessoa da produção de Mente Perigosa contatada pelo agente da menina sobre o ocorrido. "A mãe percebeu que sua filha estava anormalmente quieta e disse que ia levá-la para tomar um banho de piscina, que era sua coisa favorita. Quando a menina colocou seu traje de banho, ela disse para a mãe que isso lembrava o dia anterior, [mas] de um modo perturbador — que o contato da roupa de banho contra ela parecia com o que tinha acontecido quando o homem colocou o dedo dentro dela", conta a veterana.
Catrine McGregor solicitou a demissão imediata de Sizemore, o que foi aprovado por todos na equipe. "'Aquele m*** desprezível!' Nunca tivemos dúvida", diz Roi Maufas, que trabalhou como assistente de produção no filme. "Ele era alguém conhecido por fazer comentários impróprios, estar bêbado, chapado. Estamos falando de um comportamento consistente, ser Tom Sizemore todos os dias. Então isso aconteceu", ele lembra, contando que os outros membros da equipe, revoltados com o caso, foram impedidos de "dar uma lição" no ator pelo produtor James R. Rosenthal (morto em 2011).
Produtores principais do longa-metragem, Jai Stefan, Michael Manshel e Gus Spoliansky contam que expulsaram Tom Sizemore do set assim que a menina fez a acusação; que analisaram o material visual da gravação no dia do ocorrido, não encontrando evidências conclusivas sobre o caso; encorajaram os pais a procurarem autoridades legais para investigar o caso; e ficaram muito tocados com o evento, tendo Stefan chorado por algo tão grave ter acontecido sob sua supervisão. Porém, eles lembram: "Nós dissemos que podíamos tirá-la do filme, ou tirá-lo, ou tirar ambos." Os pais dela não pediram que houvesse mudança no filme. Tampouco foram à polícia registrar o caso.
Para McGregor, os pais tiveram medo de comprometer o futuro da filha no cinema. Com um longo histórico de abuso de drogas, detenções e uma condenação por agressão doméstica, Tom Sizemore negou tudo, dizendo que fez "muitas coisas terríveis na vida, mas nunca com crianças". Hoje aos 26 anos, a suposta vítima pediu a manutenção de sua identidade em sigilo, afirmando apenas que ela e seus pais contrataram um advogado para estudar um possível processo contra o ator. Ela não trabalha mais como atriz.