O comediante Louis C.K. é o mais novo acusado de abuso sexual em Hollywood. Segundo notícia do The New York Times, cinco mulheres afirmam que ele se masturbou, ou teve a intenção disso, na frente delas. As alegações da matéria são de que ele se masturbou repetidas vezes para uma jovem de 20 anos numa série em que era produtor — The Chris Rock Show (1997) —, em frente de duas comediantes em 2002, enquanto falava no telefone com outra mulher em 2003 e ainda perguntou para outra se ele poderia se masturbar na frente dela, que declinou, em 2005. A assessora de C.K. disse que ele "não irá responder a nenhuma pergunta".
As mulheres abusadas que falaram abertamente com o jornal, fora uma que permaneceu anônima, foram Dana Min Goodman, Julia Wolov, Rebecca Corry e Abby Schachner — todas comediantes. Tig Notaro, ex-colaboradora de C.K. também se pronunciou na publicação. Ela não sofreu abusos do comediante, mas ficou indignada ao saber há alguns meses sobre a lamentável história das outras companheiras de profissão, sendo algumas delas suas amigas.
Notaro levantou rumores das acusações de abuso contra C.K. em setembro, quando promovia a série da Amazon One Mississippi. Ela revelou que não falava com o comediante há dois anos e deu a entender que existia uma rixa entre os dois, mas não entrou em detalhes sobre o motivo na época. Após esse relato, especulações sobre um possível abuso foram feitas quando uma trama de agressão sexual apareceu na segunda temporada do seriado. Agora, Notaro confirmou que o tema ficcional retratado teve relação com as alegações contra C.K.
"Queríamos mostrar que você pode ser violentada sem nem ser tocada. Nada pode ser dito e você, ainda assim, se sente horrivelmente violada e assustada", disse Notaro ao The Daily Beast em setembro. Assim como agora, C.K. se negou a responder sobre os rumores na época em entrevista ao N.Y. Times: "Não vou comentar [...]. Se você participa em um rumor, acaba fazendo ele se tornar verdade. São boatos, nada além disso".
Antes mesmo de ser publicada nesta quinta-feira, 9 de novembro, a notícia já causou burburinho e fez com que a première em Nova York do novo filme de C.K., I Love You, Daddy, fosse cancelada para prevenir danos. A produção, que teve um lançamento controverso no Festival de Toronto devido à forma de abordar o estupro infantil, narra sobre um bem-sucedido produtor e roteirista de televisão que tenta impedir a filha (Chloe Grace Moretz) de se envolver com um cineasta de 68 anos (John Malkovich). A obra não tem previsão de lançamento no Brasil.
As acusações contra C.K. surgem logo após o escândalo de abuso sexual envolvendo Harvey Weinstein, que explodiu em 5 de outubro. A situação fez com que uma série de profissionais da indústria cinematográfica falassem abertamente sobre seus casos de assédio, não só contra Weinstein, mas outras pessoas, como Lars Von Trier, Dustin Hoffman, Brett Ratner, Charlie Sheen e outros.