Ao longo de 22 anos - e mais de 500 filmes -, a Petrobras foi a principal empresa apoiadora do cinema brasileiro, seja através da produção de longas-metragens ou no patrocínio de festivais e até mesmo de salas de cinemas de rua, consideradas de valor histórico. E, embora nunca tenha deixado de olhar para o cinema nacional, a companhia reduziu o aporte no último ano, por conta de uma crise interna.
Em 2017, a instituição aumentou os investimentos no setor, sobretudo com medidas que visam a fazer com que os filmes brasileiros - que enfrentam forte concorrência do cinema estrangeiro - cheguem ao maior número de pessoas possível. Sem perder de vista o apoio aos longas de perfil considerado mais comercial, foi a distribuição do cinema independente que ganhou um gás ainda mais forte este ano, fruto de duas iniciativas, principalmente.
A primeira delas, a "Sessão Vitrine Petrobras", possibilitou o lançamento de mais de uma dezena de filmes brasileiros em 20 cidades espalhadas pelo país, com ingressos a preços promocionais (no máximo, R$12,00). De Martírio a Divinas Divas, passando ainda pelos premiados A Cidade Onde Envelheço e Rifle, os destaques do cinema independente conseguiram espaço no sempre acirrado circuito comercial.
No segundo semestre, veio então a investida decisiva. A partir da criação do "Prêmio Petrobras de Cinema", os vencedores dos três principais festivais de cinema realizados no país - Festival de Brasília, Festival do Rio e Mostra de São Paulo - receberam um aporte em dinheiro para impulsionar a distribuição nos cinemas. Ao todo, R$ 900 mil foram distribuídos, entre seis filmes. Confira os eleitos!
Festival de Brasília:
- Arábia (R$ 200 mil)
- O Fantástico Patinho Feio (R$ 100 mil)
Festival do Rio:
- As Boas Maneiras (R$ 200 mil)
- A Parte do Mundo que Me Pertence (R$ 100 mil)
Mostra de São Paulo:
- Aos Teus Olhos (R$ 200 mil)
- Em Nome da América (R$ 100 mil)
Todos os selecionados chegarão ao circuito comercial em 2018, ainda sem data definida mas com a garantia de lançamento em ao menos 10 salas e três cidades nos três primeiros meses de exibição. Pelas regras, os premiados podem utilizar, no máximo, 10% do valor para divulgação do filme. Pelo menos 90% do total têm que ser direcionados para a distribuição em si.
Com isso, a empresa acredita que mais pessoas terão acesso aos títulos e, mais importante: a filmes que não teriam condições de atingir um público tão amplo, não fosse a iniciativa.