No dia 19 de fevereiro deste ano, a engenheira da computação Susan Fowler escreveu um incendiário ensaio que revelou os assédios sexuais sofridos na época em que trabalhava na Uber norte-americana, maior empresa de transporte privado dos Estados Unidos e do mundo. E hoje, à luz do escândalo Harvey Weinstein, a história de Fowler vai virar um filme desenvolvido por ela mesma.
Segundo reportagem do The New York Times e do Hollywood Reporter, a whistleblower - termo em inglês para designar as pessoas que fazem revelações bombásticas contra os poderosos, como Edward Snowden - está trabalhando com a roteirista Allison Schroeder (Estrelas Além do Tempo) para traduzir seu perturbador relato e seu difícil ano dentro da companhia para as telonas em Disruptors.
Descrito como uma mistura de Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento com A Rede Social, o vindouro longa-metragem vai narrar a trajetória de Fowler até o momento em que ela expõe a verdadeira rede de assédios e abusos perpetrados por executivos do alto escalão da Uber e protegidos por vários setores da empresa. A iniciativa da engenheira provocou a renúncia do ex-CEO da companhia, Travis Kalanick, e a demissão de 20 funcionários coniventes com o caso.
Ainda não existem maiores informações sobre Disruptors como também não há nomes cotados para dirigir e estrelar o drama. O que é certo, no entanto, é que o filme será muito importante no contexto atual da indústria como um todo. Com as acusações contra Weinstein e a recente incriminação do diretor James Toback, Hollywood - principalmente através dos corajosos depoimentos de atrizes como Angelina Jolie, Lupita Nyong'o e Rose McGowan - dá mostras de que não vai mais tolerar crimes sexuais. E não há forma melhor para marcar o posicionamento da comunidade cinematográfica do que fazer um filme.
Disruptors ainda não tem previsão de estreia.