A derrocada do produtor Harvey Weinstein acaba de ganhar mais um capítulo. Após ser acusado por inúmeras atrizes — como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rose McGowan — ao redor do mundo de ter cometido assédio sexual e estupro, o ex-magnata de Hollywood foi expulso da Academia do Oscar. Confira a assertiva declaração oficial dos diretores da associação abaixo:
"O conselho diretor da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas se reuniu hoje para discutir as acusações contra Harvey Weinstein, e decidiu expulsá-lo da Academia, com um número de votos que excedeu os dois terços requeridos pela moção. Nós não simplesmente nos separamos de alguém que não merece o respeito de seus colegas, como também enviamos a mensagem de que a era de ignorância intencional e vergonhosa cumplicidade em relação ao comportamento dos predadores sexuais e assédio nos locais de trabalho em nossa indústria chegou ao fim. O que está em questão aqui é um problema profundamente perturbador que não pode fazer parte da sociedade. A diretoria continuará a trabalhar para estabelecer padrões éticos de conduta que todos os membros da Academia deverão seguir".
No último dia 5 de outubro, o jornal The New York Times divulgou uma longa matéria que revelou que Weinstein comprou o silêncio de inúmeras atrizes e funcionárias para que estas não testemunhassem que foram abusadas pelo produtor. Logo após o magnata ser demitido da própria companhia que ajudou a criar — a poderosa Weinstein Co., que corre risco de fechar as portas por causa do escândalo — a prestigiada revista New Yorker liberou um artigo que esmiuça ainda mais as décadas de abusos e estupros perpetrados por Weinstein durante sua trajetória como um dos maiores nomes do cinema norte-americano.
Anteriormente admirado pela surpreendente vitória no Oscar de 1999, quando levou o troféu de Melhor Filme por Shakespeare Apaixonado, e pela influência que possuía em Hollywood, Weinstein hoje é o principal símbolo do lado mais sórdido da indústria. Denunciado por mais de 30 mulheres (até o momento), o produtor tornou-se alvo de investigações criminais abertas pelas polícias de Nova Iorque e de Londres.
Vale ressaltar, no entanto, que Weinstein não era o único membro da Academia de Cinema dos Estados Unidos acusado de cometer assédio sexual. Além do produtor, nomes como o do comediante Bill Cosby e do cineasta Woody Allen ainda continuam na lista de associados — e a julgar pelo comunicado oficial, a Academia não está nada satisfeita com a situação. Portanto, será que a expulsão de Weinstein vai acarretar o desligamento de outros sócios ou foi apenas um caso isolado? É preciso esperar para ver.