Pessoas sentadas em cadeiras giratórias embarcam em jornadas fantásticas sem sair do lugar. Riem, choram, se emocionam, ficam frustradas e jamais saem da experiência da mesma forma como entraram. Afinal de contas, elas deixaram o próprio corpo para ver um novo mundo com olhos estrangeiros aos seus.
Por mais que possa parecer o caso, esta não é a sinopse de um romance de ficção científica e tampouco é o relato de um delírio. A cena é, na verdade, muito real e já pode ser encontrada, por exemplo, em inúmeros festivais de cinema ao redor do mundo, como o do Rio. Sejam bem-vindos ao impressionante universo da Realidade Virtual – tecnologia que foi o tema central de um ciclo de palestras na última quinta-feira (12), durante o RioMarket, o evento de negócios do Festival do Rio.
Equipada apenas com os óculos de RV (sigla para Realidade Virtual) e fones de ouvido, qualquer pessoa agora pode mergulhar na narrativa de um filme e se colocar ao lado de seus personagens favoritos. Dentro da Realidade Virtual, não existem mais enquadramentos ou telas; tudo o que há é um espaço onde o usuário pode aproveitar ao máximo a experiência proposta. Dentro da Realidade Virtual, não existem mais intermediários: o público é o andróide que acredita ser humano, o menino que tem medo do monstro escondido embaixo da cama ou a professora nigeriana que luta para inspirar suas jovens alunas.
Mas este incrível panorama é só o começo da conversa. Para além da magia e dos aspectos mais atraentes da Realidade Virtual, existem muitas perguntas que ainda não têm respostas. Que consequências psicológicas, por exemplo, podem ser acarretadas quando nos retiramos do mundo para visitar um ambiente construído virtualmente? Como a RV mudará o pensamento humano? E, por fim, o que é esta nova fronteira que se anuncia e que promete mudar para sempre o mundo como o conhecemos?
Bem, são estas as questões que o AdoroCinema – que conferiu os filmes em Realidade Virtual e acompanhou os debates em torno da tecnologia no Festival do Rio – tentará solucionar a seguir.