Produtoras independentes têm investido em filmes voltados para o público cristão e alcançado sucessos moderados de bilheteria nos Estados Unidos. Produções como Deus Não Está Morto, O Céu É de Verdade, Quarto de Guerra, Milagres do Paraíso e Em Defesa de Cristo são alguns exemplos de filmes que trazem uma mensagem religiosa como cartão de visitas e muitas são vezes utilizados até como parte de uma estratégia de evangelismo por parte de igrejas.
Diante deste cenário, o diretor Spencer Folmar decidiu chacoalhar o gênero de filmes cristãos com Generational Sins, drama que investe na tradicional fórmula de filmes do tipo ao acompanhar um protagonista que tenta superar uma adversidade através da fé. Entretanto, o longa-metragem atraiu críticas de alguns grupos religiosos por investir em uma linguagem supostamente inadequada para uma obra do tipo.
Em entrevista para o The Hollywood Reporter, Folmar defendeu seu projeto, que estreia nos EUA no começo de outubro e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. "Houve uma reação negativa a Generational Sins [por parte de religiosos], mas existem filmes religiosos e filmes seculares e nós acreditamos que deve haver uma terceira opção. Nós não queremos jogar dentro dos limites da comunidade religiosa tradicional."
A trama do longa-metragem acompanha dois irmãos que se detestam e se reaproximam após a mãe deles pedir, em seu leito de morte, que ambos perdoem o pai tirânico que tiveram. Durante esta jornada, os dois lidam com os próprios demônios e traumas. Segundo o diretor, a trama é sobre "abuso infantil, alcoolismo e, no fim das contas, redenção através de Jesus Cristo."
De acordo com o THR, o filme conta com 32 palavrões, incluindo "fuck" e "shit", em seus diálogos, algo raro para uma produção evangélica. "Nós não temos como público alvo apenas as pessoas que frequentam a igreja. Nós também queremos atrair os Chreasters [junção das palavras Christmas e Easter], as pessoas que só vão à igreja no Natal e na Páscoa. Se nós contarmos histórias sobre adultos enfrentando crises de fé, adultos serão atraídos, então trabalhamos duro em criar este novo gênero."
O site Movieguide, que analisa filmes usando a moral cristã como termômetro, acusou Generational Sins de ser apelativo e usar a questão dos palavrões como estratégia de marketing. Segundo um editor do site, filmes religiosos "não precisam ser cheios de linguagem obcena, sexo explícito e uso de drogas para alcançar as pessoas que não andam com Deus."